quinta-feira, 25 de junho de 2009

Relatos de uma estagiária.

Sim, estagiário também escreve. Depois de alguma pressão de todos os integrantes do grupo, resolvi que finalmente era minha vez de deixar depoimento por aqui.
Pois é, estagiária na casa!
Acho que não tenho com começar esse textinho, porque vai ser bem pequeno comparado com os detalhados e precisos relatos de Paula, sem falar o motivo de eu estar aqui. Tudo começou há nove anos quando inventei de me meter com teatro. Que idéia! O tempo foi passando e de um grupo bobo de escola esta paixão foi se transformando para o olhar de uma arquiteta. Sim, arquiteta formada Muito chique, não?
No fim da minha faculdade aperriei demais Fernando, que com tamanha paciência me auxiliou na horrenda odisséia de escrever uma monografia. Adivinha de que era? Um teatro. Depois disso Fernando nunca mais teve paz, coitado. Inventei de fazer oficinas, mandar email, tudo no mundo. Ele, sem agüentar mais a minha pentelhice, resolveu me chamar pra participar desse processo aquático e me deu a chance que eu tanto ansiava.
Eu cheguei no meio da semana do Márcio Marciano e logo de cara fiquei maravilhada com tudo. Sim, eles são tão bons quanto parecem à primeira vista. E receptivos. Isso não se tem como negar. Assumo que no começo fiquei meio deslocada, sem saber onde colocar as mãos nem os pés, mas depois fui perdendo a vergonha e ficando bem mais a vontade. Escutar e observar tem sido um processo e tanto, muito mais do que eu podia esperar. As idéias brotam e me saem como frases toscas que escrevo no meu caderninho amarrotado.
Com o passar dos dias fiquei mais confortável com essa nova rotina e essa nova casa. Já to quase me sentindo dona do espaço. Cada rosto novo, expressão nova, rostos e sons, não são mais um choque, mais uma surpresa agradável. E é impossível não rir desesperadamente todos os dias. Simplesmente impossível.
Chegou a semana do Lima, e no primeiro dia, assim logo de cara, teve um exercício que me marcou demais. A “Roda do Olhar”como intitulou tão bem a Paula, mexeu com a minha forma de ver aquele grupo. Não mais eu ficava “do lado de fora”, eu já estava do lado de dentro, brincando com eles, jogando bola com eles, entendendo melhor o processo deles. Sinto que tenho um pouco mais de conhecimento de causa, só por causa daquele momento. Uma barreirinha minha caiu.
O processo do Lima é mais corporal e emocional. A racionalidade, pelo menos para quem está de fora, parece estar no canto, só observando invejosa. É interessante presenciar esse outro lado da moeda e ter outras impressões até mesmo sobre o próprio Capitão Marinho, que me parece estar o tempo todo rondando o barracão. Ele e seus aquários.
Então é isso. Não vou me estender mais, porque daqui pra frente ia ser só para encher linhas. Fiz o meu relatinho, que só pode terminar com um enorme agradecimento pela permissão de estar aqui. Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece. Sinto que também não vou me esquecer da minha primeira experiência na cenografia.

Um comentário:

  1. Óia ela!!!! Nada como uma pressãozinha do diretor pra estagiária postar, hein? Muito bem!!!

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