quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cordel, nós e cordões

Pense num sono bixiguento! Tô aqui brigando com o peso dos olhos, mas não queria ficar sem postar. E não é só o futebol que é uma caixinha de surpresas. Muitas coisas reveladas e vividas nesse curto espaço de tempo, mas não menos importantes. Desde a semana de trabalho com o Márcio tenho pensado bastante no estado cênico e na minha presença física como ator. Com Lima não tem sido diferente. Muitas dúvidas, questões em aberto e uma forte sensação de burrice absurda. Sentimento difícil de engolir assim. Um misto impulsivo de raiva e aceitação. Menos é mais. Sempre soube.........teoricamente, claro. Uma coisa é entender. A outra é conseguir realizar. I N T E R N A L I Z A R. Colocar dentro de si. Xiiiiii! Si, Si bemol ou Si sustenido? Si sustenido sim, existe, dependendo do contexto. Assim como eu, em meio a esse maremoto.

Apesar do caos fazer parte dos processos (pelo menos pra mim), tudo tem sido muito tranquilo e com a certeza de que está tudo sob controle. Atuar sem deixar-se envolver. Deixar a palavra falar por si. "Menos peso". "Relaxado demais". "Tenso demais". "Humanize". "Torne interessante". "Esteja interessado". Sabe aquela sensação de estar diante de um grande banquete onde o nosso pobre estômago não suporta quase nada daquela fartura? Pois é. É preciso comer de tudo, mas em refeições distintas. Comer com moderação. Gordo é uma coisa séria, metáforas e guloseimas...

No exercício de buscar as ações para o ESCRITOR, fui incubido de criar um cordel com duas estrofes que contasse uma história sobre Marinho, e que não estivesse presente no livro do André. Tudo isso com o foco para que eu encontrasse de forma mais natural, ações mais realistas e menos externas. Como a hora é de levantar coisas sem a mínima ideia do que ficará até o final dessa montagem, e provavelmente isso não será usado nesse experimento, registro aqui a criação desse cordel em sextilha, após uma breve consulta ao Deus Google sobre esse formato de compor um texto.

SONHO DE MARINHO

Numa noite de sono curto
Revirando de cá pra lá
Marinho embalou num sonho
Profundo num mundo de mar
E como nadar não sabia
Afoito se pôs a afogar

Foi um reboliço danado
Batida de pé e mão
Num susto acordou mijado
Num pranto abriu um bocão
Sertão de Marinho era mar
Mar de Marinho é sertão

Um comentário:

  1. Adoro os posts do Marco França. Sua maneira de escrever é leve e divertida ao mesmo tempo que é séria e profunda. O cordel ficou lindo, tomara que seja utilizado. Abraço em todos.

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