terça-feira, 23 de junho de 2009

Pegue o seu banquinho...

Iniciamos o segundo dia de trabalho com João Lima, novamente com a “Roda do Olhar”, com a diferença de que a roda hoje estava mais fechada.

Ainda em círculo, começamos a jogar uma bola, de um para o outro, e pensar em modos diferentes de fazer isso. Depois o círculo foi desfeito, e nos movimentamos pelo espaço. Aos poucos, Lima ia dizendo regras diferentes, como: pegar e jogar a bola tirando os dois pés do chão, e caso a bola caísse, todos iam para o meio rapidamente, se abaixavam e olhavam nos olhos dos outros, depois voltavam a jogar. No decorrer do exercício, a bola passou a ser invisível, e podíamos transformá-la em outras coisas. Foi bem divertido.

Lima falou sobre como andar, sem deixar o corpo ir para frente, encontrando o eixo, e percebendo a transferência de peso. Assim, experimentamos o andar pelo espaço, e aos poucos fomos acelerando. Combinando com o olhar, caíamos no chão, primeiro com pessoas mais próximas, depois mais longe, e voltavámos a andar.

Em seguida, formamos dupla, uma pessoa ficou deitada, e a outra sentada ao lado, observando. Depois trocamos. Primeiro fizemos rotação dos pés, depois o sobe e desce do calcanhar. Repetimos algumas movimentações do sistema de Laban, feitos ontem, como pré-elevação da coxa, movimento centro-periferia, queda de joelho, entre outros. Depois todos deitaram no chão, em diagonal, um pegando nos pés do outro, e fizemos uma corrente de torções, utilizando o alongamento homolateral.

Terminado a corrente, partimos para o próximo exercício, as “Conexões Ósseas”. Lima pegou cartolinas e colou-as, Camille deitou em cima delas, e Gabriela desenhou o contorno do seu corpo. Usando o desenho, Lima foi explicando as conexões que o nosso corpo possui, e falou da importância de conhecermos o nosso corpo, para nos aquecermos sem esquecer nenhuma parte, e também para criar.

Assim, andando pelo tablado, com música ao fundo, experimentamos todas as conexões: cabeça/cóccix, escápula/escápula, escápula/mão, ísquios/calcanhar, trocanter/trocanter e púbis/cóccix. Experimentamos também dançando uma música. E Lima relembrou as movimentações do dia anterior, mexer apenas parte de cima do corpo, lado direito, e assim foi. Até que deitamos no chão, de olhos fechados, e corpo relaxado. Lima então levantou nossa cabeça e as pernas, mexendo, para que relaxassem. Ficamos um pouquinho lá, depois abrimos os olhos e começamos a espreguiçar o corpo, aproveitando bem.

O exercício seguinte foi de memorização, os quatro atores, Rê, Marco, César e Camille, pegaram os seus livros do Capitão, e copiaram em uma folha de papel, algumas páginas indicadas por Lima, por duas vezes. Eles tinham que ficar bem concentrados, e prestar atenção nas palavras que escreviam.

Em seguida, todos sentaram nas cadeiras, e o Lima pediu que cada um, na sua vez pegasse o banquinho, e escolhesse o melhor lugar para colocar, depois sentasse e contasse o trecho da história que tinham copiado, com as mesmas palavras do livro, sem errar, sem vacilar. Tudo isso deveria ser feito com uma relação de olhar com a platéia muito próxima à do palhaço. Quando alguém vacilava ao contar a história, o Lima dava um "tchauzinho", (e o resto do público acompanhava) e o ator deveria imediatamente interromper a contação, e dar um jeito de finalizar a cena, saindo do palco.

Para isso, o diretor pediu que pensassem em três coisas: ser, estar e fazer, nessa sequência. E que primeiro vissem o público, em seguida, pediu que ao para colocar o banquinho no lugar, mostrassem antes a dúvida de onde colocar, de qual seria o melhor lugar.


César foi o primeiro. Ao entrar em cena com o banquinho, César demonstrou, fez, antes de apenas “ser”. Então ele retornou e começou novamente, apenas sendo. Observando o César, percebi que em alguns momentos seu olhar se perdia, e parecia que para conquistar o público, ele sorria, e me parece que não era necessário ele fazer isso, mas sim, simplesmente estar sereno. Depois ele sentou, e contou o trecho de sua história.

Marco começou o exercício com um andar muito pesado, além de muito característico dele em muitos personagens e exercícios que já vi. Depois, ficou mais neutro. Encontrou um jogo divertido entre a cadeira e o ventilador. Ao contar a história, mostrou uma grande desenvoltura para enrolar, já que claramente não lembrava das palavras, mas tinha habilidade para falar com fluência.

Renata ao entrar com um banquinho, escutou um forró que vinha da vizinhança, alto, e se aproveitou disso em alguns momentos, e gerou um jogo legal, mas ainda assim a música atrapalhou sua cena. Algumas vezes, ela esquecia de olhar para o lugar onde ia colocar a cadeira.

Camille também fez, antes de ser. Mas continou e, quando estava iniciando o jogo com a cadeira, decidiu rapidamente pelo lugar oposto de onde Marco estava, pois ele havia soltado um pum, um peido mesmo, que inclusive afastou todo o resto do público que estava próximo a ele.

Ao sentarem nas cadeiras, cada um na sua cena, começaram a contar os trechos das história do livro, no entanto, todos esqueceram, uns mais do que outros.



Para finalizar, pois o tempo hoje foi mais curto, devido uma reunião do Redemoinho Natal, às 19h, Lima apenas solicitou dos atores que pesquisassem um repertório de ações. Marco, como escritor/repórter, César como pescador, Renata como uma dona de casa, e Camille como uma lavadeira.

Tivemos hoje também a presença do querido Maurício Cuca, fotógrafo do estúdio P, que vai acompanhar o processo. Legal! E também estava presente, nosso querido Ronaldo, iluminador 10!

Foi isso...

...e saia de mansinho!

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