sábado, 27 de junho de 2009

Meios

Sábado, 19:45h em ponto. Ponto. Posto essas palavras em cena. Sou Marco, por enquanto. Serei André, Dorival, Neruda ou Zila. Sensação engraçada, diferente. Sou, mas estou? Acho que sim. As palavras me inibem um pouco nesse momento. É como se as poucas pessoas que estão no Barracão pudessem ler meus pensamentos agora. Saberão depois, de fato, o que tanto eu escrevia. O tempo se faz de palhaço. Ri de mim. Rio de você. Aquilo que agora, enquanto as ondas reviram meus pensamentos é presente, pra você que lê é meio passado. Meu, pelo menos. Seu? Presente. Marco! Presente!! Aqui estou eu. Esse sou eu. Meio desnudo, meio ingrato. Meio curtido e prazeroso. Relaxo. Bebo um pouco de água. A minha água, por enquanto. A coca-cola meio quente, meio garapa com pinta de café frio, me arranca um sorriso, meio de canto de boca, e completamente sincero. Sim, certamente estou. Agora sim. Sinto o perfume de alguém que privilegiadamente tomou um bom banho. Sinto minha barba por fazer. Privilegiada barba dos que trabalham enquanto os outros acham que se divertem. "Eu tô com fome!!" Grita alguém da platéia. Os educados pedem silêncio. Mas, a fome continua. As pessoas aos poucos vão enchendo as cadeiras da nossa casa. Do nosso palco. Jogamos em casa. É bom demais isso. A fome? Bom, a minha de estar em cena, é enorme!!! Tsc tsc tsc, ok. Eu sei. Já estou. Mas ainda sou Marco. Meio, talvez. Meio MAR, meio BARCO. Silêncio. Silêncio demais. Estamos sendo observados. Parece que começou mesmo. É...friozinho no bucho. Acho que é hora de finalizar.
Começo a ser meio eu, meio outros.
Até.

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