quinta-feira, 14 de maio de 2009

O primeiro sinal

Quando li o livro Urashima Taro já li imaginando como seria contar essa história. Sem saber, Fernando propôs um workshop para que contássemos a lenda do pescador japonês Urasima Taro. Senti frio na barriga e saí correndo para reler essa lenda milenar.
Tinha imaginado trabalhar com alguns objetos como uns lenços grandes que eu já tinha. Coincidência ou não, um dos livros sugere a utilização de lenços que representam os personagens. Talvez eu tenha lido da primeira vez essa informação tenha ficado no meu inconsciente. O fato é que tirei meus lenços do fundo da gaveta e resolvi utilizá-los para representar a tartaruga e a princesa. O lenço verde e mais leve era a tartaruga porque tinha a cor verde-água e o verde de cara é associado à natureza, a vida. O outro lenço era dourado que de cara é associado a ouro, riqueza e realeza. Esse era a princesa. Para o pescador eu queria uma chapéu de palha mas acabou sendo um boné.
Então eu listei o que era mais importante para a narrativa e praticamente reescrevi a história como um exercício para praticar o ato de contar histórias. Claro que na hora do workshop eu esqueci detalhes que davam um colorido a história, mas passou.
A sensação de contar uma história é de grande responsabilidade porque no momento da narração eu tinha quatro cabeças que eu podia conduzir para onde eu quisesse e eu sabia que qualquer falha iria interromper a construção de imagens que, quando flui, torna-se um momento mágico e único capaz de ficar na memória pro resto da vida. Isso tudo eu consegui pensar na hora que eu estava contando porém só organizei agora. Esse pensamento na hora da narração me atrapalhou. Mas foi feito. Isso mostra que temos muitos mares para descobrir. Estou muito feliz com essa perspectiva.
Capitão, aí vamos nós!



Camille Carvalho