terça-feira, 27 de outubro de 2009

Semana especial

Finalmente voltei a postar/comentar no blog, estava com saudades desse espaço de diálogo. Essa semana que passou foi muito especial para mim em vários sentidos. Comecei a ensaiar um esquete como atriz, e estava ansiosa para voltar a atuar; na quinta feira foi meu aniversário, e apesar de eu estar longe da minha família e ficar saudosa nesse dia, tenho me sentido cada vez mais em casa com essa família Clowns, obrigada a todos da equipe; André Neves veio novamente nos visitar, presentear, amigos queridos vieram assistir a peça, bom demais! E a crítica?! A crítica é de uma estrela, ora!   

Não assisti o Capitão e a Sereia no domingo, pois fui assistir o novo espetáculo do grupo Galpão, e adorei, é muito bonito ver um grupo grande em cena, eles têm muita força cênica juntos, um trabalho muito bonito. Encantador. Ao mesmo tempo, tava louca pra saber como estava sendo a apresentação do Capitão, a única até agora que não assisti. E além do mais, por causa do tempo, acabei não dando um “até logo” pro André e para o João, figurinhas queridas.

Falando em André... Que bom que pode vir novamente! Ver as ilustrações originais do livro O Capitão e a Sereia e os outros livros que trouxe, me deixou muito emocionada. São trabalhos lindos, e depois de ler todos os livros, já fiquei ansiosa para fazer um trabalho de contação com as suas histórias. Eu recomendo totalmente, gostei muito! André e seus livros são “linduras”! Até logo!

Terceiras impressões

Há vários dias as imagens teatrais de “O Capitão e a Sereia” me perseguem. Melhor dizendo, a emoção me tomou por completo.
Se foi através do meu livro que o grupo conseguiu entrar no terreno do lirismo imagético sem se opor as sensações que estão no limite do “entender”. Bravo. Conseguiram aquilo que mais admiro. Transcender a técnica em busca de algo que na literatura é maior e mais honesto. O imaginário. Penso que isto também vale para o teatro, levando em consideração que no espaço cênico ainda existe uma vasta gama de sensações para estimular platéia. No teatro do Capitão o movimento transcorre, ou melhor, escorre para um mar que mistura humor e melancólia só para potencializar o sentir.
Acredito que os leitores não retornam ao mesmo livro por dúvidas, mas sim, por prazer. Neste sentido, consigo explicar para mim mesmo a presença de rostos já conhecidos retornando ao espetáculo. E não são poucos.
Fernando, se isso for verdade não é clownrofobia, mas um provável início de Clowsmania. Será?
A imaginação é ampla para se envolver no mar enfeitiçado pelo canto da sereia. Maior ainda é o desafio de resistir aos seus encantos e voltar com tantas histórias além mar. VIVA! Quando isso acontece na literatura adquirimos mais um leitor. As palavras despertam a criatividade e se há intertextualidade no texto isso pode extrapolar o livro para ir adiante. Assim como a metalinguagem pode de uma forma mais mágica construir outros caminhos para o imaginário.
Assisti apenas três apresentações e pude constatar que a platéia segura firme no olhar dos atores. Espelhos de almas criativas abertos para quem tem coragem de encarar o destino sem expectativas. Ninguém fica a deriva porque se torna fácil mergulhar na cenografia e pular de ilha em ilha. É se vestir com o figurino rico em detalhes e sonhar. É deixar os olhos abertos para brilhar numa iluminação precisa que mesmo quando não se faz presente é uma tênue claridade vertida sobre a musicalidade que envolve a platéia. Musicalidade que encanta.
Por isso, quem procura VER buscando entender não sabe OLHAR. Olhar também é sentir.