quarta-feira, 1 de julho de 2009

Seu Ambrósio

Todos os dias antes de iniciar o ensaio, os meninos limpam o chão do tablado, e hoje não foi diferente. Após a limpeza, partimos para o trabalho. Primeiro, nos conectamos com a pulsação de maneira mais rápida, ao andar pelo tablado. Helder ia conduzindo, passamos por alguns parâmetros marcados por um som externo que ele tocava, e em um momento ele pediu que registrássemos um “fazer” que estivéssemos gostando mais.

A partir disso, o grupo se dividiu em duas unidades, a partir da semelhança dos fazeres. Brincamos a partir dessas duas unidades, uma era o centro do círculo e a outra a parte de fora, e essas se relacionavam.


Acabado esse primeiro momento, Fernando leu uma história do livro “Histórias do Mar”, chamada “O Velho do Mar”, conto tradicional da Sibéria. Depois, dividiu os atores em duplas: meninos para um lado, meninas pro outro. Seguiu-se uma pausa para um lanche rápido, e depois Helder leu a história novamente, e Fê deu 10 minutos para os meninos fazerem o workshop.

O importante não era contar a história tal e qual, mas sim brincar com a pulsação, o andamento, com o ritmo do baião.

Helder observa atento

César e Marco foram os primeiros a apresentar. Eles criaram a imagem de dois pescadores no mar, sentados num barco, um de costas para o outro, segurando suas varas de pescar, lembrando de uma história que havia acontecido. Eles brincaram com onomatopéias, com repetição de palavras, com movimentos, buscando permanecer no mesmo andamento. O tempo todo faziam jogos de palavras com muita picardia, sempre um provocando o outro.

Em um provável momento de "baixaria", César e Marco pescam e se divertem

Depois, Renata e Camille contaram a história. Elas pediram que os ouvintes deitassem no chão e fechassem os olhos. Desenharam no chão, ao redor de cada pessoa, redes. Usaram o reco-reco, a escaleta, e um pano.

Renata e Camille contam sua história pra platéia nas redes

Assim que elas acabaram de contar a história, sentamos e conversamos sobre as duas apresentações. Helder falou que era preciso deixar mais claro o trilho, ter mais precisão, e que o baião não permaneceu dentro (interno) o tempo inteiro.

Os meninos falaram da dificuldade de manter a pulsação na relação com o outro, e ser conduzido pela pulsação da cena. Fernando disse que acredita que isso vem com a repetição, que é necessário treinar para chegar a isso, que é importante ter a consciência, e isso eles tinham, agora é preciso apropriação.

Em seguida, Fernando pediu que Marco e Helder pensassem em uma pulsação, em música, que pudesse ser usada nas cenas que foram apresentadas, sem medo de radicalizar. E para Rafa pediu que trouxesse um texto, também baseado nas cenas.

Após a conversa, os meninos começaram a brincadeira. Helder mostrou um pouquinho da brincadeira do Cavalo Marinho. Os meninos pegaram alguns instrumentos e formaram o banco, e Renata ficou sendo o Capitão. Helder fez o Ambrósio. Eles brincaram, cantaram toadas, viram as figuras que o Ambrósio trouxe, bom demais!

Cada dia de trabalho tem sido mais divertido do que o outro mesmo com tanto calo nos pés.

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