quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mais um nesta rica tripulação

Marinho já está navegando a todo pano no galpão do Clowns de Shakespeare. Foi uma experiência enriquecedora participar dessa aventura rumo a descoberta dos caminhos para montagem do espetáculo “O Capitão e a Sereia”. Por ser a função de direção uma atividade de muita responsabilidade, já que você trabalha com pessoas que estão confiando a você seu corpo, sua cabeça seu coração, é claro que eu cheguei em Natal muito tenso. Ainda mais por saber que ia trabalhar com um grupo muito experiente, comandado por um diretor inteligente, e que provavelmente tinham uma grande expectativa sobre o meu trabalho por conta das minhas referências. E além disso havia a expectativa de um resultado final. Pra completar eu só conhecia o grupo do ponto de vista de espectador dos seus espetáculos. Resumindo cheguei em Natal sem muita coisa definida sobre o que seria aquele encontro e um caderno inteiro de anotações sem articulação entre si. Só não fiquei com mais fios brancos na barba porque não sou do tipo que sofro por antecipação... só um pouquinho. Mas navegar é isso, é se aventurar mar à dentro confiando na experiência do capitão e da sua tripulação e enfrentar as intempéries da natureza no dia-a-dia, conforme ela vai aparecendo.
E assim foi minha semana de trabalho com o grupo. O primeiro dia, embora eu tenha trabalhado dando inicio a um plano que seguiria a semana toda, serviu apenas de reconhecimento. Para o dia seguinte tudo foi mudado radicalmente. Regras da navegação: as velas tem que ser manobradas conforme o vento sopra. Felizmente eu estava diante de um grupo de atores muito comprometidos com o projeto e generosamente abertos para experimentar. Se deixaram conduzir, ativamente e com muito entusiasmo e inventividade. Com esse clima propício e tendo virado o leme no segundo dia, no terceiro dia já surgiu o que seria o esqueleto do que mostraríamos para o público no final do processo. Tudo sem deixar de primar pelo que era mais importante, a troca de experiência e não o resultado final. Conclusão, tivemos algo condizente com a qualidade e seriedade do grupo como mostra desse processo de uma semana, eu aprendi muito como diretor ao colocar a prova a minha experiência e por trocar com um elenco tão maduro e generoso e acredito que o grupo também saiu com alguma coisa. Se de tudo que trabalhamos, conversamos nada tiver um aproveitamento direto, pelo menos serviu para fazê-los refletir sobre seus pontos de vistas a cerca de seus trabalhos.
Foi um prazer conhecê-los mais de perto. Não vou desejar boa sorte nessa empreitada porque acho que ela já está com vocês, porque ela sempre acompanha quem trabalha com dedicação, carinho e seriedade. Um grande beijo a todos.

Um comentário:

  1. Só a agradecer, velho Lima! Laços que se fortalecem. Ou melhor, nós, nós de marinheiro!!!!

    ResponderExcluir