quinta-feira, 18 de junho de 2009

Além do mar

Na quinta feira (18/06) iniciamos os trabalhos com a condução de Sávio de Luna, continuando as nossas aulas do contato improvisação. Trabalhamos a busca pela corporeidade dos seres aquáticos, dando continuidade aos estímulos do encontro passado. O movimento partia da coluna irradiando para as extremidades do corpo, buscando inicialmente a movimentação das algas. Em seguida ainda dentro do universo aquático trabalhamos o desmoronar e remontar (descer e subir) gastando o mínimo de esforço. Conversamos muito sobre as possibilidades do contato entre os diversos seres aquáticos. Enquanto um é alga o outro é peixe. Um é polvo o outro é tartaruga. Exercício que provavelmente será trabalhado no próximo encontro. É incrível como que naturalmente este trabalho está caminhando para o Capitão.

Em seguida, Fernando nos solicitou para que em 30 minutos desenvolvêssemos em duplas (Camille e Marco/ Renata e César) um workshop sobre a passagem da concha de pai para filho (a concha de Marinho).
Renata e César(Histórias para ninar) – Utilizando o sofá azul como berço e o case preto como baú, o bebê Marinho acordava o seu pai no meio da noite aos berros. Este por sua vez tentava acalmar seu filho contando histórias utilizando elementos retirados do baú. Mas nada o consolava, exceto quando o pai lhe apresenta a concha que foi retirada do fundo do baú, no qual continha histórias fantásticas. A cena foi conduzida pelo César que contava como o pai fazia para acalmar seu filho, ou seja, não era o personagem, era uma contação. O Bebê feito por mim estabelecia o jogo da cena através da variação do choro e das movimentações de braços e pernas que apareciam pelo berço. Meio que inconscientemente criamos uma cena que estabelecia relação com a cena do nascimento do herói.
Camille e Marco(O embarque do pai) – Utilizando o mesmo case preto a dupla opta por uma cena sem fala o que a torna muito interessante. Marco entra no case que é fechado em seguida. Camille o empurra até o local da cena. De dentro do case ouve-se uma música, onde a medida em que é aberto percebe-se um pé balançando e uma escaleta sendo tocada por Marco que não aparece ao público. Percebo que este representa o pai que entrega a escaleta (representando a concha) e o seu chapéu para o Marinho e que desaparece desmoronando como um morto. O filho fecha o baú e sai tentando tocar a mesma música.
Diante dos meus olhos vi o case sendo concha que depois virou caixão. A escaleta que vira a concha. A herança que é passada de pai para filho. Uma cena bastante simples e poética.
Analisamos as cenas e partimos para o exercício de uni-las a mais outras duas criadas anteriormente. Desenvolvemos a união das cenas 1- O nascimento do herói, 2- Histórias para ninar, 3- O embarque do pai, 4- Marinho e sua concha.
As cenas aconteciam nos vértices da sala e a platéia se posicionava ao centro.
Devido ao tempo a execução ficou para o dia seguinte, porém o desejo era de continuar trabalhando. Gosto muito quando somos envolvidos pela criação. Nos divertimos muito e as idéias surgem com uma facilidade. É impressionante o quanto conseguimos dialogar, propor e não se apegar as idéias, ou seja, ouvir os companheiros.

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