sábado, 13 de junho de 2009

Agora sim, em alto mar! (acho)

Dia muito especial para o processo d'O Capitão, e imagino que para a história do grupo. Acredito que hoje tenhamos consolidado um marco de uma nova etapa do grupo, constatação essa chegada após levarmos o primeiro exercício cênico do processo ao público.

A casa tava super cheia. Preparamos uma estrutura para mais ou menos 50 pessoas, e tivemos mais de 90 presentes! Muito lindo ver o espaço assim. Mas a descrição do espaço merece ser feita a partir da manhã, e não apenas da apresentação. Apesar de eu ter chegado quase ao meio-dia, por não ser muito afeito ao trabalho matinal, o Ronaldo e sua equipe (o diretor Márcio, os técnicos e carregadores de escada Marco "Corniso" e César "Vinagrão" chegaram às 9h para montar a luz. Até aí, nada de diferente, não fosse pelo fato do Barracão não ter estrutura de luz e, pela primeira vez, recebeu varas e refletores na sua estrutura. O trabalho foi árduo, mas o resultado supera qualquer tentativa de descrição: o espaço ficou lindo! Ver o Barracão com equipamento de luz foi emocionante! Mais um passo na apropriação do espaço...

Pois bem. Voltando à noite, com a casa cheia de gente, inclusive com muitos colegas de outros grupos, como o Facetas, Beira, Tropa Trupe, Atores à Deriva, Carmim, dentre outros (até mesmo o Diocélio, vindo direto de João Pessoa!), parceiros de trabalho como o Sávio de Luna e o Álvaro, dentre várias outras pessoas a casa tava bonita.

Pouco antes do horário da apresentação, demos uma passada com a luz, para últimos ajustes, e já foi muito bom. A apresentação foi ainda melhor, com os meninos jogando de forma muito tranquila e viva. O trabalho musical bacana, o jogo com a platéia idem, e não há dúvida que o processo aberto do Capitão e o projeto Barracantes tiveram um pontapé inicial muito digno!

Depois da apresentação fizemos um bate-papo, com boa parte do público presente. Apesar de poucas falas, tivemos um retorno bacana. Os posicionamentos, em geral, ainda foram um pouco tímidos. Acho que precisaremos de um tempo maior para que as pessoas comecem a entender a função dessas "apresentações", do desejo que temos de escutar até mais do que falar, de receber sugestões, apreciações, impressões. Mesmo assim, acredito que para um primeiro bate-papo, foi bem produtivo.

Muito além da excelente convivência e de todo o aprendizado com o Márcio durante essa semana, do rico material que conseguimos levantar, e da limpeza e qualidade do resultado da costura que alcançamos, dois ganhos ficam mais evidentes ao meu olhar: o avanço que o tempo proporcionou ao grupo, claramente mostrado na tranquilidade do jogo que os meninos tiveram, e a mudança radical de paradigma que o Márcio nos traz, ao propor uma dialetização do olhar na criação, em contraste com a abordagem normalmente rococó ao extremo e encantatória, como o canto da sereia, que não mais nos interessa.

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