sexta-feira, 12 de junho de 2009

De cansaços e ralações necessárias

Não sei o quanto foi só comigo, mas hoje o cansaço do trabalho da semana bateu pesado.

Apesar da leveza e da alegria que vêm ditando o tom do trabalho até agora ter continuado, não posso negar que o corpo mandou um recado. Claro que o fato de ontem termos saído após o ensaio para a "Continental dos pobres" e dos dois meses que ando peregrinando pelo Nordeste interferiram, mas nos três primeiros dias isso não aconteceu.

Enfim, cansaço - e sono - à parte, hoje também foi um dia de menos criação e mais limpeza, ajustes, afinações. O Márcio começou o trabalho lendo a idéia de roteiro que ele escreveu após o trabalho de ontem, propondo uma costura a alguns fragmentos que criamos, além de outras propostas de cena. Uma ideia interessante, que foi prontamente levada à cena.

O resto do dia foi levado muito nessa toada, do início de tentativa de colocar em prática a ideia do Márcio, ajustando as cenas já criadas a uma nova configuração espacial, fazendo cortes, edições, etc. Foi o caso do workshop do Santiago que o Marco criou, a "cena cubana", que passou a ser dividida com o César. Ou a belíssima solução da Tililim do desenho do barco do Santiago no chão, com giz, que gerou uma abertura de cena com os quatro atores desenhando coletivamente o barco, de uma forma meio ritualística. Em seguida, num lampejo "póish-dramático" do Márcio (rsrs), as duas atrizes entram no barco juntas, e cada uma conta a história do Velho e o Mar simultaneamente, cada uma para uma parte do público.

Ao final do dia, fomos ao Belle de Jour de guerra, encher a pança e celebrarmos um pouco a felicidade do momento. No caminho, o Marciano levantou uma questão que até agora me faz refletir, sobre a cumplicidade de trabalho que conseguimos construir. Ele disse que às vezes não precisa falar algo que deseja, porque logo antes eu falo exatamente a mesma coisa. Sinto a mesma coisa. Lembro da relação de direção compartilhada com o mestre Eduardo Moreira, que após algum tempo entrou mais ou menos nessa sintonia.

E desejo de ter logo o Rafael Martins, a Wanda, a Mona, o Hélder, a Paulinha, o André por aqui, conosco...

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