sábado, 22 de agosto de 2009

Dias difíceis

A crise continua. Renan Calheiros bate boca com Tasso Jereissati. Artur Virgílio mete os pés pelas mãos e ainda assim se vangloria de ter a coragem de assumir seus erros na tribuna. No barracão Marco aponta para que resgatemos mais a literalidade da história de André Neves. Eu acredito que essa literalidade não é tão crucial, mas fato é que estamos abandonando cenas interessantes já construídas que poderiam se colocar a serviço do seria mais sensato, simplesmente contar a história de Marinho. Essa questão toda do Senado se desdobra devido à permanência ou não de Sarney na presidência da casa diante dos escândalos que vem vindo a público. Fernando defende que devemos dar procedimento no caminho que estamos seguindo. Mas o que eu proponho não chega a ser uma discordância já que todo o início seria mantido, apenas encaixaríamos as cenas que já temos a partir do momento da apresentação da trupe. Confesso que é difícil segurar a angustia ao saber que toda essa crise se deve ao projeto político do PT para 2010, o que acaba dando margem para muitas interpretações e posturas desarmônicas dentro do próprio partido. Mas ai vem o dilema: como colaborar na construção do coletivo sem abrir mão de si mesmo? É difícil a situação de Aloísio Mercadante, como líder do PT no senado, voltando atrás no que havia dito, revendo suas próprias convicções políticas, para defender Sarney em prol de um projeto político que se diz maior que todos. Nessas horas o nosso fazer teatral nos mostra que suas questões são profundas, estão muito alem de uma simples resolução da cena. O teatro que estamos construindo passa inevitavelmente pelo outro, e no nosso caso isso nos leva a caminhos nada pragmáticos. Mesmo sendo estes homens de ferro acredito que estão vivendo noites sem sono.

2 comentários:

  1. Enquanto vocês fazem teatro da melhor qualidade, o Senado faz circo de péssima.

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  2. Adorei essa leitura Lou. Reflexo de nossas reflexões.
    O coletivo é sempre coletivo e não tem jeito e é nossa salvação.

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