quarta-feira, 29 de julho de 2009

Narrativa

Os meninos retomaram hoje o exercício de ler e esmiuçar duas páginas do livro do Capitão e, em duplas fizeram anotações, observações e criaram títulos para os fichamentos, que depois eles postarão no blog, a pedido de Yama.

As observações foram feitas em cima das páginas 12 e 13. O título que César e Rê criaram foi “Firmando-se na profissão”, e Marco e Tili “Uma cidade se faz com pedras e corações”. Depois de apresentadas as observações pelas duplas, Yama fez um levantamento de algumas questões que para ele o texto de André deixa em aberto, possibilitando que o grupo crie suas significações e imagine fatos que não estão ali descritos a fundo.

Ainda dentro da conversa, Yama solicitou um workshop extra para os meninos e meninas. Elas deverão entrevistar uma figura que está sempre no aeroporto de Natal, que se veste como um tripulante e é tão familiar ao ambiente que às vezes passa despercebido pelas pessoas que transitam. Eles deverão ler um livro do Paulo Coelho. Fê sugeriu o Diário de um Mago e pediu que eles fizessem uma leitura sem um olhar preconceituoso e que a partir disso criassem uma cena defendendo o ponto de vista do autor.

Após a conversa, os meninos partiram para o exercício "das 2 cadeiras", assim denominado por Fernando. A partir da leitura das páginas 12 e 13 as duplas criaram uma cena, procurando dar foco ao texto, à narrativa, buscando uma precisão na narração sem deixar as soluções cênicas sobrepujarem à comunicação.

A primeira cena apresentada foi de Rê e César. Ele caminhava pela rua com uma trouxa na mão, desempregado, e Rê aparecia como mulher-sanduíche anunciando vagas de emprego. O empregador era Marinho, e estava a procura de bons artistas pelo sertão. A segunda cena foi de Tili e Marco. Ele ficou sentado em uma cadeira narrando o texto do livro, enquanto Camille, em silêncio, fazia algumas ações que remetiam ao que estava sendo dito, utilizando chapéus, giz e corpo.

Conversamos sobre as duas cenas, e com relação à primeira, algumas observações foram feitas, tais como os meninos buscarem mais envolvimento entre aqueles dois personagens, a idéia que foi proposta é bem interessante, mas a execução podia ter sido melhor e, a partir disso Fê sugeriu uma possibilidade de dialetização da cena, que seria o uso diferenciado do que era lido (enquanto a placa não estava visível à plateia) e ao que estava realmente escrito: enquanto aquele desempregado miserável lia uma excelente oportunidade de emprego, na verdade o que estava escrito (e o público leria ao final da cena) era uma oportunidade de emprego muito ruim, mas que ainda assim parecia excelente ao indigente. Sobre a segunda, houveram momentos em que a ação de Camille se sobrepunha ao que estava sendo narrado por Marco, e foi sugerido que se criasse uma dinâmica/edição mais precisa para que isso não acontecesse.

Bem, depois da “avaliação” partimos para a leitura do blog, deu tempo de ler um texto de Marco e outro de Rê, e depois comentar um pouco entre nós.

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