quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Tempo de silêncio.
Havia um olhar sobre meu livro que desconhecia. Por medo, receio, vergonha ou sei lá o que, me mantive calado por muito tempo.
É CHEGADA A HORA.
Domingo mergulhei lá no SESI Leopoldina para assistir “O Capitão e a Sereia”. Um encontro com o grupo estava agendado, um momento quase acidental diante tantos compromissos. Mas era imprescindível e necessário nos reconhecermos como artistas.
Ao chegar os olhares surpresos e desconfiados foram umedecendo. O mar que nos separava agora era pequeno, tal qual o aquário na cabeça de Marinho cheio de pensamentos. Na superfície estavam os sinceros entusiastas navegadores da barcaça "Tropega, Mas Não Escorrega".
Eu, peixe perdido num mar com 15 anos de histórias boas de ouvir fui pescado desafiando as expectativas dos meus pescadores. Se quiserem saber como foi, vou tentar:
Fernando com seus olhos serrados e pequenos me mirou com serenidade, parecia investigar a minha chegada. Sim, eu sabia, ainda estava sendo objeto de estudo e ele, com experiência, segurava e conduzia os outros olhares tentando organizar as idéias do grupo. Essa é sua marca autentica. Um diretor de intensidade jovem e de irremediável vocação.
Marco manteve durante todo tempo os olhos expressivos, fixos, atentos e repletos de cumplicidade. Carisma conquistado de imediato por sua intensidade e pelo universo visual. O mesmo que desperta em mim tamanha atenção.
César tinha um ar misterioso próprio dos grandes prosadores, quando se sentiu confortável soltou uma fiada de palavras. Jeito de contador de histórias, sabe. Com aquela voz otimista, compassivo de visão para conquistar novas amizades.
Renata, de imediato pareceu-me tensa. Mas tinha por trás um jeitinho simples de esconder que é expansiva e forte. Havia de inicio quase uma vergonha por se mostrar presente. Mas logo passou. Mal sabe ela que aprendi olhar o que há de melhor sedutor no ser humano.
Se os outros são debutantes, Camille humildemente se declara um bebê. Porém, aos meus olhos, revelou conhecer por instinto o terreno em que pisava. Alma gêmea nata dos companheiros que faziam aniversário e sabiam conquistar.
Só isso? Não. Tem muito mais.
Ronaldo estava com vontade de compartilhar. Meio sem jeito foi soltando suas curiosidades com um sorriso sempre presente. Manteve desde o inicio do encontro esse espírito aceso próprio de quem sabe iluminar.
Aliás, acesos estavam os olhos de Cuca. Apesar da distancia fisica, manteve os olhos focados nos melhores momentos que se estabeleciam entre todos nós. Falamos pouco, mas era preciso enredar visualmente nosso encontro.
Paula foi imediata para mim, entregue. Nem precisou falar muito para conquistar. Sua atmosfera humana me agrada muito. Tem um frescor e um encantamento pela simplicidade da vida que encanta. Um sim no olhar, sempre.
Aukiki. Achei melhor buscar no programa e acertar o jeito de escrever seu nome. É Analwik. Simples e encantadora para ser descrita com poucas palavras. Um charme próprio.
Rafael, acho ser esse seu nome. Desculpem-me se errei, foram muitas informações de uma só vez. Este, o Rafael, muito tranqüilo e atento as minhas necessidades, aliás, como todos, disposto a me deixar bem e confortável em qualquer situação.
Não posso esquecer do Serginho, com seu humor presente para aproximar todos através da simpatia do riso. Deu certo.
O encontro se estendeu depois do espetáculo. E que espetáculo!
No segundo momento Nara chegou para um abraço. Bom demais.
Mas não vou colocar agora minhas impressões sobre “O Capitão e a Sereia”. Não conseguiria. Estou encantado e cheio de reflexões extremas que me impedem a organização das palavras neste momento.
Queria apenas manifestar as impressões do primeiro encontro.
Esse Clowns me levaram para um mundo fascinante dentro de mim mesmo. Confuso isso ao levar em consideração que o ponto de partida desta navegação conheço tão bem. O livro.
Me senti feliz e transformador. Minha criação mexeu com essa embarcação. Agora tenho certeza. Foi o universo que programou este encontro e todos os Deuses abençoaram.
Foi um encontro rápido, muito rapido. Mas só desta, já prometi e quero ser presente. Infelizmente tive que voltar para meu canto e continuar os compromissos. Mas quem acompanha este blog pode ter certeza, apesar da distancia descobri que somos bem chegados uns aos outros.

André Neves

4 comentários:

  1. O encantamento é recíproco, André! Bem-vindo à família Clowns de Shakespeare! O difícil agora vai ser conseguir se livrar da gente!!!!

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  2. Rapaz, num é que ele postou mesmo? E que postada!!! Saudades de um breve encontro. Que o reencontro seja em breve.

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  3. Quem se encontra com os Clowns, se encanta. É amor à primeira vista.

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  4. Muito bom te conhecer! E como Serginho falou que a gente tem que cobrar, eu já estou fazendo isso, e pedindo seu próximo post...
    Beijos, querido!

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