quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mergulhando

Pra começar tenho duas constatações pra dividir com vocês.

A primeira é bem técnica e sucinta: Caramba! Até agora não tinha escrito nada no blogue dos Clowns. Ufa! Essa se resolve aqui.

A segunda é o mote da vez: Minha nossa! Só agora estou me dando conta da oportunidade que estou tendo de mergulhar de uma forma tão especial num mar que já venho nadando há um bom tempo.

Esse mar é o mar da tradição. E o mergulho é a criação do Capitão e a Sereia.

Na primeira semana que trabalhamos juntos, muito rapidamente percebi o quanto seria especial aqueles dias. Mas também muito rapidamente bateu aquela pergunta: E como será que isso tudo vai ser aplicado? Como esse material que estamos levantando poderá ajudar na criação do Capitão e a Sereia? Desde que recebi o convite, percebi que esta seria uma oportunidade de ver funcionando no outro os princípios do fazer artístico que identifico na tradição. E foi nisso que foquei. Ou melhor, é nisso que venho trabalhando. É nesse mar que venho navegando.

Saber quais e como esses princípios, esse “jeito de fazer”, como prefiro chamar, podem ser aplicados em outros contextos. Condições pra isso não faltaram na nossa primeira semana. Desejos de navegar juntos era o que enchia aquela sala naquele primeiro encontro. Mas de uma forma ou de outra, eu estava na minha praia. Basicamente o que eu tinha que fazer era mostrar quais eram esses princípios e por onde poderíamos navegar. E com aquela marujada, foi tudo muito prazeroso. Vento também não faltou.

E agora? E pra essa segunda semana?

Só navegar não será suficiente. A gente vai precisar mergulhar. E aí? Onde estamos agora, quarta-feira da segunda semana? Que mergulho é esse? Será que já estamos mergulhando?

Não me parece que é um mergulho perigoso. Conquistamos um gostar, um querer, uma intimidade, um prazer, que torna tudo mais fácil e que dá até mais sentido a tudo, como mais ou menos me disse César, logo no primeiro dia. Mas é um mergulho delicado, sutil. De um lado um querer, uma necessidade, que precisa até de uma metodologia. Do outro, a tradição, que pode virar um lugar comum, estereotipado. De um lado uma entrega, uma integração. Do outro um receio de invadir, de questionar ou invés de oferecer. E um tempo, que é intenso, mas que passa rápido.

Duas semanas marcantes na minha vida. Dessas que não tenho como avaliar tudo o que está acontecendo ao mesmo tempo que estou realizando. É daqueles momentos que são absorvidos aos poucos, de acordo com nossa capacidade de percepção e amadurecimento.

Acredito que algumas respostas virão ainda esta semana. Outras, talvez continuem sem resposta. Mas tenho certeza que a maioria delas encontrarão resposta quando eu assistir o Capitão e a Sereia.

Até já !

Helder Vasconcelos

3 comentários:

  1. Saaaalve, Heldim!!!! Finalmente o "hômi dos pulim invocado" tá conosco no blog!!! Bem-vindo! As transformações, pelo menos no que diz respeito à nossa parte, vão continuar ecoando por muito tempo, e gerando muitos frutos, pode ter certeza! No samba!

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  2. Nesse oceano não há perigo de se afogar, a não ser de sonhos e alegrias!!! Também estou dentro dessa nau!!!

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