quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Xô preguiça!

Eu não dava nada pelo ensaio de hoje. Às 14 horas, horário marcado para o início dos trabalhos, Marco estava pregado, dormindo no tablado. Eu, alem de muito sono, devido a um compromisso que tive junto com Marco as 6 da manhã, ainda tinha o agravante da dor de cabeça, garganta e uma moleza no corpo sem tamanho. Camille, também deitada, fazia a composição da letra da música tema da peça, tarefa passada por Fernando para todos nos.

Minutos depois chega Fernando trazendo Helder. Por último, Renata, que estava no banco resolvendo questões administrativas. Acredito que Fernando logo mapeou a situação e buscou se conectar ao grupo sem se valer de movimentos bruscos. No chão mesmo o diretor foi nos passando alguns informes. Depois, passamos a discutir questões mais diretamente ligadas ao espetáculo e, por fim, juntamente com Helder, fizemos os acertos para o trabalho daquela tarde.

Varremos o espaço, passamos o pano no chão, como de costume, e Helder foi gradualmente retomando o que havíamos construído na terça. Rememoramos o ritmo percussivo, baseado no baião, que deverá pontuar o início do espetáculo. Nessa tarefa, como é sistematizado o trabalho de Helder, fomos acessando os estados necessários ao trabalho. A batida dos tambores foi nos contagiando e dentro de algum tempo estávamos cantando, dançando, improvisando, em total contraste a postura que se instaurava no início do ensaio. É impressionante a potencia do calor cênico, seja lá como ele for gerado. Nessa hora toda a fraqueza do meu corpo já tinha ido embora. Meu medo era que depois o corpo cobrasse com juros, o que acabou não se confirmando.

Na seqüência, sob orientação de Fernando, refizemos um exercício de improvisação criado por Marco, com a perspectiva de trazermos personagens e situações da segunda metade da obra “O Capitão e a Sereia”. Alcançamos resultados muito interessantes, vários caminhos foram apontados. Foi uma experiência muito rica, eu cheguei a perder a noção do tempo. Era dia quando começamos e no final já era noite. Não saberia falar quanto tempo investimos nesse exercício.

O trabalho aconteceu em um crescente, desde as primeiras preguiçosas horas até a intensa imersão desse último exercício. Nesse meio tempo convidados ilustres foram chegando ao Barracão. João Lima, ator e diretor da Bahia, Rômulo Avelar, mineiro e autor da bíblia “O Avesso da Cena” foram dois deles. Ambos estão na cidade devido às atividades do festival de teatro que está acontecendo. Também chegou Rafael Teles, nosso produtor, Gabi, assistente de cenografia, Ronaldo Costa, nosso iluminador, Analwik, professora universitária na área de Cênicas.

Por fim, fizemos uma rápida passada para todo esse público ilustre de tudo que temos até o momento, o rascunho do início do espetáculo. Depois batemos um papo sobre tudo isso.

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