segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia de imagem e som

Temos gente nova no Barracão! Chegou à sede o trio Lori, Tini e Vivi, três queridas de Recife que estão iniciando um grupo de teatro e vieram acompanhar um pouco o trabalho dos Clowns nessa semana.


Marco iniciou o trabalho musical colocando vários instrumentos no chão com a ajuda dos meninos. Depois, eles começaram a andar pelo espaço, observando os instrumentos, buscando uma pulsação, percebendo o espaço e olhando no olho do outro. Aos poucos, Marco ia fazendo comandos e eles buscaram fazer os sons dos instrumentos internamente e depois externamente, com a boca. Fizeram também um pouco de contato superfície, até chegar ao ponto de realmente tocar os instrumentos, procurando sempre manter o jogo e a pulsação.


Surgiram tanto imagens interessantes como paisagens sonoras! Eu fiz anotações de algumas e depois, durante uma conversa com todos, Fê pediu que elencássemos as coisas mais interessantes que surgiram, dando nome a elas:


- Mangai: catando instrumentos

- Acampamento: junção dos instrumentos

- Homem chocalho: chocalhos por todo o corpo

- Remada da sanfona: o ir e vir das ondas, da insegurança tocando uma sanfona, sem sair muito do lugar

- Duelo de chocalhos: luta entre boi e homem, entre dois homens com chocalhos

- Pé no vazio: de pé em cima do cajon, um pé para fora, instabilidade


As anotações a seguir são de coisas que eu observei.

* Marco e César tocavam sinos, Tilis estava no cajon e Rê na sanfona, isso me lembrou muito a paisagem da caatinga. Depois entraram sino, chocalho  e coquinho, e aí já me remeteu a imagem de uma caminhada contínua pelo sertão.

* Em um momento durante o jogo, Marco começou a dizer texto do Capitão, e César criou um andar interessante com os chocalhos nos pés; Eles começaram a cantar a música tema do Capitão, depois Marco, Rê e Tili seguraram o efeito de mar e perseguiram César, que subiu no cajon, parecendo fugir do canto da sereia.


Depois da conversa sobre o exercício, Fê propôs que, em duplas, os meninos criassem duas cenas, utilizando as coisas que surgiram no exercício de forma que os quatro estivessem em cena.


Na primeira cena, eles faziam crianças, que entraram brincando de pega-pega, depois começam a brincar de adoleta cantando a música Fulô, e o primeiro que saiu da brincadeira (Marco) passou a ser o cabra-cega. Durante a brincadeira os meninos o chamavam e ele tentava pegá-los. César, Rê e Tili usaram o instrumento do mar também. A cena se desenvolveu para o Marinho começando a ficar com um pouco de medo, até ser abandonado pelos sons e ficar sozinho.


Na segunda cena, todos entraram com chocalhos, com César cantando um aboiado e tocando sanfona, tangendo o gado, até que os três entraram na roda que já estava formada pelos cajons, deixaram os sinos caírem no chão, e pegaram o efeito de mar. César subiu no cajon e os meninos passaram a cantar, falar, atormentando ele.


A atividade seguinte foi ler as páginas 6 e 7 do livro do Capitão e esmiuçar todo tipo de informação que as imagens e o texto oferecessem. As duplas César e Rê, Tili e Marco ficaram de postar no blog  as informações discutidas. Após a leitura, Fê pediu que cada um contasse as páginas 6 e 7 do livro; Marco descreveu as páginas com mais floreio, César narrou de forma mais objetiva, Rê narrou como professora da disciplina “André Neves II” e Tili como a tia do pré-infantil. Depois, Fê pediu que Marco sentasse em uma cadeira e desse uma palestra como a Dona Gertrudes, professora PhD em André Neves.


O dia hoje foi muito produtivo e divertido, a condução de Marco e a de Fernando encontraram um diálogo muito legal e, apesar das cenas criadas terem perdido a energia do exercício, o legal foi ver os meninos se doando para o trabalho, sem ter medo de puxar os seus tapetes.

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