domingo, 27 de setembro de 2009

Fim da etapa I - Natal

Mar. O mar. Marim. Marinho. Materiais criados e descartados. Materiais criados e transformados. Materiais perfeitos que surgiram do meio da lama, do meio do caos. Dramaturgia própria, dramaturgia colaborativa, dramaturgia desesperadora. E deliciosa. Um caminho já tão banal, porém, para nós, absolutamente desconhecido, tão assustador quanto atraente. Momentos de desespero. Muitos momentos de desespero. Muitos “nãos”. Essa peça não vai sair. Esse texto não vai funcionar. Não vai dar tempo. Não é isso. Não gosto. Não quero. Por que essa cena e não aquela outra? Por que não jogamos tudo fora e começamos tudo de novo? Por que não juntamos essa primeira proposta, com essa outra que surgiu agora, com aquela que tínhamos já descartado, e misturamos de tudo um pouco? Desconfianças. Inseguranças. Confiamos em você. Seja firme, Capitão! Processo arreganhado. Barracão cheio. De convidados, de colaboradores, de amigos, de curiosos, de público. Noites de sábados prenhes. Barracantes. Barracão convocando as bacantes. Indivíduos no coletivo. Coletivos. A sereia com certeza não existe. O Capitão também não. Também não? O Capitão e a sereia sem Capitão e sem sereia? Eu vi o Capitão! Não! Chapéu na Tili? Chapéu no público? Chapéu na mão? O ator que representará o Capitão está momentaneamente impossibilitado de cumprir tão mítica responsabilidade. A atriz que representará a sereia, figura de beleza estonteante, também. Ator? Atriz? Ué, não eram os personagens? Planos de representação? Ator ou personagem? Representação ou não-representação? Pré, pós, ou teatro? Lehmann ou Shakespeare? Ou trupe? Cadê a trupe? Tropega, trupe! E o trupé? Quero ver queimar carvão, quero ver carvão queimar, quero ver levantar poeira, quero ver poeira voar! Chama o hômi dos pulim invocado! Avia, Heldim! Bota fogo nesse povo. Como é esse jeito de fazer? Pulsação. Água enchendo, transbordando. Pulha. Aí dentro! No samba! Capitão é doido, é cego, é besta, vou me embora. Vou me embora, vou me embora. É mentira. Barracão então vira ateliê. Vira escritório. Salve, Arlindo! Nos salve, Arlindo! Santo Arlindo. Barracão vira barracão. De escola de samba? Não. De trupe a contar histórias pelo alto sertão. Histórias de mar. Água. Água que faz barulho lá fora. O lava-jato não para. E o pagode chegou, pra quem achava pouco. Vamos ignorar o barulho? Sim, vamos! E o blog? Só a Paulinha escreve? E a Paulinha? Escreve? Escreve! Tardeia, mas não falheia, como diria um “finado clown”. Rafa vem, Rafa vai. Ronaldo vem? Vem! Demora, mas vem! Lima e seu sorriso permanente. Gabs, a mulher dos sapatos. E do chinelo. Da Wanda. Tazmania! Furacão no Barracão. Tá entendendo? Você não tá entendendo! Coragem, Rafa! Coragem, Gabs! Coragem, Fátima! Dá-lhe Shicó! Tem alguma coisa que não saiba fazer? E o Alexandre? Mineirim, mineirim. Coragem pra todos nós! Coragem, coragem, coragem. Como diriam nossos mestres, parceiros, irmãos galpônicos. Deles, veio um monte de coisa com a Sgarbi. Acervo preciosíssimo! Honra pra nós. História demais. Coisas demais. Coisas no chão. O exercício do Marco. O exercício dos objetos no chão. Mangai? Não, Balai! Viva, batizado! E o Cuca lá. Seu Cuca. É eu. Mestre Cuca. Tá aprendendo, tá aprendendo, Seu Cuca! Falta muito. Tá passando. Falta pouco. Tá em cima! Já foi. É hora. Vamos? Mergulhar juntos? Claro! Mergulhar em companhia, pois nadar sozinho é morrer na praia. Mergulhemos!

4 comentários:

  1. Podem mergulhar no mar de Sampa! Vocês não irão afundar!!! Evoé!!! Merda procês.

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  2. Queridos marinheiros!!
    acompahei um pouco de longe, de uma ilha muito proxima as ondas e mergulhos de vocês pelo blog.
    que o mar serrene conduza o destino que a brincadeira os levem por muitos e muitos mares.
    luciano pontes

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  3. Que todas as ondas e marés cheias venham pra sossegar esse maremoto e tragam numa garrafa perdida o momento de submergir...vida! Palco...

    Que texto belo Fê!!! Todo arrepiado...

    Mais uma vez... MUITA MEEEEERDA!

    bjo no coração de todos...em breve to lá na platéia
    Dudu

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