sábado, 24 de outubro de 2009

Botafogo

Fim de semana repleto de fortes emoções...

Na quinta, tivemos a presença do queridíssimo Gabriel Villela, que não víamos há muito tempo. A apresentação foi male male, imagino que um pouco pela presença do próprio Gabriel, que deixou os meninos um pouco nervosos, em especial o César, que visivelmente sentiu. No entanto, saímos ilesos, e o Gabriel gostou bastante, fez observações muito preciosas, o que pra gente foi muito especial. Quem também nos fez uma surpresa muito boa foi o casal de amigos Rodrigo e Luísa, dos parceiros potiguares do Tropa Trupe! Depois saímos para jantar, e acabamos encontrando os queridos Eduardo, Inês, Arildo e Teuda, do Galpão, e o Dib Carneiro Neto, do Estadão. Noite maravilhosa, com companhia de alto nível!

Ontem, sexta, na apresentação da tarde alguns galpônicos foram nos assistir: Eduardo, Inês, Chico e Toninho. Além deles, o Ewerton de Castro também nos prestigiou. Um público pequeno, mas seletíssimo! Ao final da apresentação, o Marco não se conteve e caiu no choro ao agradecer a presença dos nossos mestres belorizontinos.

À noite, mais gente especial! Quase todos os integrantes da Cia. do Latão foram nos assistir. Conversamos muito no final, e deixamos no ar uma promessa de segundo turno da troca estética que fizemos em Natal. Um episódio que precisa ser relatado foi que na plateia havia uma senhora que era escotofóbica. Você não sabe o que é isso? Eu também não sabia. Fui pesquisar no wikipedia após o acontecido de ontem. Escotofobia é medo de escuro. Na cena do blecaute, essa senhora começou a gritar: "acende a luz! Eu tenho fobia! Acende a luz!" E tirou o chão de todos nós. Ninguém sabia o que fazer, ficamos todos meio sem ação, até que o César resolveu acender a luz do camarim e abrir um pouco a cortina, enquanto o Ronaldo pôs um pouco da luz azul. Situação inusitada, desconfortável, que acabou com a cena, mas enfim, estamos sujeitos a isso. Outras pessoas que têm esse mesmo problema já nos relataram que encontraram soluções diversas nessa cena (tipo olhar para o metalofone, que emite um pouquinho de claridade, ou ligar o celular, etc.), mas dessa forma não esperávamos... Não quis julgar muito, pois o nível de desespero da mulher pode ter sido realmente bem extremado, mas na hora irritou muito, pela sensação de possibilidade de outras alternativas. Enfim, já passou, e fica pros anais das histórias curiosas do grupo.

Em tempo, já que falei na escotofobia, outra fobia muito curiosa que encontrei é a fobia de palhaços! Chama-se coulrofobia! Nada a ver com o que estava falando, só um breve intervalo para nossa língua portuguesa.

Por fim, o fatídico sábado! Dia que começou com uma enorme bomba...! A tão esperada avaliação da Veja São Paulo, do tal cidadão que responde pela alcunha de Dirceu Alves Jr., e que aplaudiu de pé com certo entusiasmo quando veio nos assistir, deu a primeira estrela do espetáculo. Primeira e única, ou seja, de zero a cinco, UMA, o que significa, pela classificação da revista, um espetáculo fraco. Aliás, o único dentre uns cem que estão na publicação. Além disso, a estrela solitária veio acompanhada de uma análise um tanto deselegante do espetáculo. Ô começo de dia difícil! Várias especulações do que pode ter acontecido, mas um sentimento de injustiça enorme. Não que ele precisasse adorar ou achar o espetáculo uma grande maravilha, mas entendo que essa classificação é dada para um espetáculo que não possui qualidade nenhuma, mérito nenhum, e sei que isso está longe da verdade. Passado esse episódio, e ainda tentando digerí-lo - afinal, trata-se de uma opinião pessoal, que vai de encontro a um público que só aumenta, gosta muito, e volta, e à opinião de muitas pessoas de peso na classe teatral brasileira que já nos assistiram, mas ainda assim machuca muito, obviamente -, recebemos mais uma vez nosso querido André Neves, Santo André, que transformou totalmente nosso dia, o mais difícil da temporada e, provavelmente, deste último ano do grupo. Por isso, quebro o parágrafo aqui, por acreditar que o André não merece estar em companhia do restante desse parágrafo.

Pois bem, o André chegou, já numa outra qualidade de encontro: não era mais o primeiro contato de duas semanas atrás - de reconhecimento, um tanto tímidos, um tanto sem-jeito -, mas um reencontro de alguém que já é da família. E nos trouxe um presente especialíssimo: nos mostrou as ilustrações originais do livro! Espalhamos todas pela lona, e ficamos horas nos deleitando, impressionados com a qualidade, que é algo infinitamente superior à impressão do livro, coisa que já nos encantava muito. Milhões de detalhes, nuances, texturas... Nossa!!!! Para completar, nos deu uma das ilustrações, à nossa escolha, que foi a página da trupe com o boi. Belíssima! Será devidamente emoldurada e colocada em um local muito especial do Barracão! E trouxe-nos diversos livros ilustrados e/ou escritos por ele. Transformação total do nosso sábado, parecia que estávamos em outro lugar de horas antes.

Essa qualidade foi levada para o espetáculo. Com uma casa bem cheia, quase lotada, e presenças legais, como familiares do Ronaldo, meus, André e diversos amigos, nosso amigo potiguar Andrei, dentre diversos outros, tivemos, ao meu ver, a melhor apresentação da temporada até aqui. Muito tranquila, precisa, curtida, jogada entre os atores e com o público. Um público muito receptivo! Muitas crianças, algumas bem pequenas, que foram fantásticas, acompanharam o espetáculo atentas, sem dar trabalho, mesmo nos momentos mais difíceis, como o blecaute. Ao final, colocamos as ilustrações todas na lona, e convidamos o público a apreciá-las. Momento muito mágico. Muito mesmo! Emocionante! Aquelas obras de arte belíssimas, e o público todo deleitando-se... Me afastei e fiquei observando aquela imagem, que com certeza vai ficar gravada na minha memória.

Ufa! Nem sei como finalizar esse post. São Paulo, como sempre, muito intensa! Sem dúvida nenhuma muito mais pelas coisas boas do que pelas ruins, mas é impossível ir pra cama tranquilo com esse nó na garganta. Fico com medo de parecer despeito, ou incapacidade de receber críticas, mas o sentimento de injustiça não me larga. Enfim, é preciso se apoiar nas coisas, fatos e pessoas que valem a pena. Pessoas que não tem coulrofobia, ou "clownrofobia..."

9 comentários:

  1. Eu queria ter um nome de peso na classe teatral pra dar uma constelação de estrelas pra vcs. Porque merecem, muito.
    Beijo enorme.

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  2. Pois é! Tem coisas que a gente não sabe mesmo como explicar - obrigadíssimo pela oportunidade de assistir algo tão lindo! Postei lá no meu blog: http://pinpolhices.blogspot.com/2009/10/pergunte-santiago.html

    beijocas a todos!
    ;o)

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  3. parabéns, queridos, li em duas vezes as notícias (quase todas)de sp e fiquei muito feliz de ver o saldo extremamente positivo! agora é esperar pra ver de novo, de verdade, mais maduro e certamente mais encantador...
    até ano que vem!

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  4. Definitivamente a "Veja" é uma revista que não merece ser vista. Já sabia que ela era reacionária, tendenciosa, parcial e injusta. Por isso, não me asssusta que esse crítico dê apenas uma estrela para vocês. Todavia, não importa. Futuramente, nos anais da história, veremos quem brilhará: o talento dos Clowns ou esse jornalista de quem ninguém mais lembrará sequer o nome? Por derradeiro, perguntar não ofende: quem faz a crítica dos críticos? Avante Clowns!!! "Os cães ladram, mas a caravana passa".

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  5. Caros,
    Falamos então de juizos de valor. Qual o valou da obra de vocês? Será uma estrela da veja? Creio que uma estrela do mar combinaria melhor com a estética.
    Juizos de valor que, me parecem, são feitos baseados em estatisticas, e padrões. Coisas que não mudam nem saem do lugar. Coisas mortas que ignoram e abominam o novo.
    POr isso, a revista veja, que mais nos cega do que propõe um mirante (lugar aonde se mira adiante) não passa de uma sereia sedutora e covarde. POr isso Capitão, Amarre-se no mastro do seu navio e siga adiante. Segure firme, e siga adiante Capitão!
    André (namorado da Juba, que os contemplo pela quinta vez)

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  6. Estive o final de semana fora, e somente hoje pela manhã eu pude ver a Vejinha aqui na minha casa. Eu também estava ansioso para ver o que o sr. Dirceu havia escrito, e esperava ver ali estampadas nas páginas da revista uma resenha digna do espetáculo de vocês, que é tão cuidadoso em seus mínimos detalhes. Infelizmente, não foi o que ocorreu, muito pelo contrário, e eu também não pude deixar de sentir uma enorme onda de injustiça perpassar o meu corpo. É engraçado como ao acompanhá-los nessa temporada, e talvez também devido à minha identificação com a peça e com o carinho que ela e que vocês despertam em mim diariamente, "o capitão e a sereia" de um mês para cá vem se tornando também um pouco minha - minha no sentido de eu experienciá-la, e não no de criá-la, é claro. E essa opinião controversa também não deixou de me machucar, e de me fazer perguntar o porquê.
    Mas enfim.
    Não há de ser nada.

    Beijos,
    Até sábado,
    Diogo.

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  7. Quero parabenizar todo o grupo pela MARAVILHOSA apesentação. E preciso dizer que nem a senhora Escotofóbica (Será que é isso?)acabou com a grandeza e o show de estética da apresentação. Quanto a critica da Veja, discordo do Sr. Dirceu que provavelmente não estava em um bom dia. Só pode ser isso,rs. Que pena pra ele!

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  8. ewerton de castrooooo...muito bom! não dá pra esquecer né?

    mas qto a Veja...águas passadas galera!
    bjão
    dudu

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