terça-feira, 27 de outubro de 2009

Terceiras impressões

Há vários dias as imagens teatrais de “O Capitão e a Sereia” me perseguem. Melhor dizendo, a emoção me tomou por completo.
Se foi através do meu livro que o grupo conseguiu entrar no terreno do lirismo imagético sem se opor as sensações que estão no limite do “entender”. Bravo. Conseguiram aquilo que mais admiro. Transcender a técnica em busca de algo que na literatura é maior e mais honesto. O imaginário. Penso que isto também vale para o teatro, levando em consideração que no espaço cênico ainda existe uma vasta gama de sensações para estimular platéia. No teatro do Capitão o movimento transcorre, ou melhor, escorre para um mar que mistura humor e melancólia só para potencializar o sentir.
Acredito que os leitores não retornam ao mesmo livro por dúvidas, mas sim, por prazer. Neste sentido, consigo explicar para mim mesmo a presença de rostos já conhecidos retornando ao espetáculo. E não são poucos.
Fernando, se isso for verdade não é clownrofobia, mas um provável início de Clowsmania. Será?
A imaginação é ampla para se envolver no mar enfeitiçado pelo canto da sereia. Maior ainda é o desafio de resistir aos seus encantos e voltar com tantas histórias além mar. VIVA! Quando isso acontece na literatura adquirimos mais um leitor. As palavras despertam a criatividade e se há intertextualidade no texto isso pode extrapolar o livro para ir adiante. Assim como a metalinguagem pode de uma forma mais mágica construir outros caminhos para o imaginário.
Assisti apenas três apresentações e pude constatar que a platéia segura firme no olhar dos atores. Espelhos de almas criativas abertos para quem tem coragem de encarar o destino sem expectativas. Ninguém fica a deriva porque se torna fácil mergulhar na cenografia e pular de ilha em ilha. É se vestir com o figurino rico em detalhes e sonhar. É deixar os olhos abertos para brilhar numa iluminação precisa que mesmo quando não se faz presente é uma tênue claridade vertida sobre a musicalidade que envolve a platéia. Musicalidade que encanta.
Por isso, quem procura VER buscando entender não sabe OLHAR. Olhar também é sentir.

5 comentários:

  1. Gentem.... isso sim é uma epidemia saudável, naum?
    Muacks!
    Ligia

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  2. Eis o comentário que interessa. Esqueçam a Veja e ouçam quem tem sensibilidade. Avante Clowns!!!

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  3. Em tempo: maravilhosa a imagem do blog (adoro fotos tiradas de pontos estratégicos).
    ;o)

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  4. Concordo com você André! Assistir "O CApitão e a Sereia" aguça todos os nossos sentidos. É um verdadeiro EXPETÁCULO para nossos olhos, ouvidos e alma.

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  5. Vcs vão apresentar o espetáculo em Natal????

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