sábado, 17 de outubro de 2009

Boca a boca

Casa cheia novamente, que maravilha! Parece que o boca a boca de quem veio e gostou está funcionando, e olha que hoje foi dia de chuva. Muita  chuva. Tivemos gente de todas as idades na plateia, e pessoas que já tinham assistido e voltaram trazendo outras pessoas.

Cada dia de espetáculo temos acontecimentos diferentes, alguns bons, outros nem tanto. A entrada do público foi um pouco conturbada, muita gente com pressa de entrar no teatro, a saia de Rê prendeu em um ganchinho do cenário, uma luz azul acendeu “sem querer” na hora das páginas amarelas, um garotinho ficou muito próximo a passagem dos atores, no momento do blackout algumas crianças ficaram com medo do escuro, e uma coisa que foi bem estranha foi o público bater palma durante a execução do tema... Bom, essas coisas acontecem, e já fez com que pensássemos em soluções, e também nada disso fez com que o espetáculo não fosse bom, pelo contrário, dá pra perceber no público, que eles têm gostado bastante.

Ah! Ia esquecendo de dizer que temos duas novas figuras por aqui, Titina e Arlindo chegaram pra contribuir com mais energia boa nessa temporada. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Muito lokoooo

Após três dias de “folga”, voltamos ao teatro do Sesi ontem. Montagem do cenário, da luz, arrumação do camarim, César tocando sanfona, aquecimento vocal, tili e eu treinando manipulação, preparações para a apresentação de quinta-feira.

Eu assisti boa parte da apresentação de ontem ao lado de Rô e Rafa, na cabine dos “R”. Não é um bom local para ver a peça, mas deu para sentir que hoje foi bem melhor do que a apresentação de domingo, e não sei se era porque eu estava mais longe, mas as cenas me pareceram mais longas do que o normal.

E pra compensar a 21 pessoas que tivemos na plateia na quinta, que apesar de poucas foram muito receptivas, hoje vieram dois grupos grandes. Na sessão da 16h, um grupo da escola de Sesi, e outras pessoas, estiveram presentes. A apresentação foi muito boa, pois os atores estavam mais vivos em cena, e na cena dos pescadores, parece que a cada dia, eles “afinam” mais suas improvisações e seu jogo com o público. Se às vezes o espetáculo me parece frio, apenas “legal”, fico muito contente quando os meninos jogam com o espetáculo, curtem em cena, mesmo sem muita plateia, pois isso dá valor a potência que O Capitão e a Sereia tem. A sessão das 20h foi tão boa quanto a primeira, e teve casa cheia pela primeira vez, 80 pessoas! E olha que nossas apostas não ultrapassaram 47.

Tivemos e temos momentos muito bons no espetáculo, porém na hora do blackout, por termos um público jovem como espectadores, foi difícil segurar a onda de “brincadeiras” entre eles, embora alguns tentassem e pedissem silêncio aos outros. Outra coisa boa que já vem acontecendo a algum tempo é que, se em alguns momentos do processo, havia desigualdade de jogo na atuação dos atores, a cada dia, isso fica mais distante, os quatro estão muito bem em cena, e com essa temporada, acredito que só têm a crescer.

Ah! Pra encerrar o post de hoje, achei muito fofo uma frase que ouvi na sessão das 16h, de um dos alunos do Sesi, ao sair do teatro ele comentava com o colega ao lado: “ Muito lokooo, até eu me inspirei pra fazer teatro”!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Tempo de silêncio.
Havia um olhar sobre meu livro que desconhecia. Por medo, receio, vergonha ou sei lá o que, me mantive calado por muito tempo.
É CHEGADA A HORA.
Domingo mergulhei lá no SESI Leopoldina para assistir “O Capitão e a Sereia”. Um encontro com o grupo estava agendado, um momento quase acidental diante tantos compromissos. Mas era imprescindível e necessário nos reconhecermos como artistas.
Ao chegar os olhares surpresos e desconfiados foram umedecendo. O mar que nos separava agora era pequeno, tal qual o aquário na cabeça de Marinho cheio de pensamentos. Na superfície estavam os sinceros entusiastas navegadores da barcaça "Tropega, Mas Não Escorrega".
Eu, peixe perdido num mar com 15 anos de histórias boas de ouvir fui pescado desafiando as expectativas dos meus pescadores. Se quiserem saber como foi, vou tentar:
Fernando com seus olhos serrados e pequenos me mirou com serenidade, parecia investigar a minha chegada. Sim, eu sabia, ainda estava sendo objeto de estudo e ele, com experiência, segurava e conduzia os outros olhares tentando organizar as idéias do grupo. Essa é sua marca autentica. Um diretor de intensidade jovem e de irremediável vocação.
Marco manteve durante todo tempo os olhos expressivos, fixos, atentos e repletos de cumplicidade. Carisma conquistado de imediato por sua intensidade e pelo universo visual. O mesmo que desperta em mim tamanha atenção.
César tinha um ar misterioso próprio dos grandes prosadores, quando se sentiu confortável soltou uma fiada de palavras. Jeito de contador de histórias, sabe. Com aquela voz otimista, compassivo de visão para conquistar novas amizades.
Renata, de imediato pareceu-me tensa. Mas tinha por trás um jeitinho simples de esconder que é expansiva e forte. Havia de inicio quase uma vergonha por se mostrar presente. Mas logo passou. Mal sabe ela que aprendi olhar o que há de melhor sedutor no ser humano.
Se os outros são debutantes, Camille humildemente se declara um bebê. Porém, aos meus olhos, revelou conhecer por instinto o terreno em que pisava. Alma gêmea nata dos companheiros que faziam aniversário e sabiam conquistar.
Só isso? Não. Tem muito mais.
Ronaldo estava com vontade de compartilhar. Meio sem jeito foi soltando suas curiosidades com um sorriso sempre presente. Manteve desde o inicio do encontro esse espírito aceso próprio de quem sabe iluminar.
Aliás, acesos estavam os olhos de Cuca. Apesar da distancia fisica, manteve os olhos focados nos melhores momentos que se estabeleciam entre todos nós. Falamos pouco, mas era preciso enredar visualmente nosso encontro.
Paula foi imediata para mim, entregue. Nem precisou falar muito para conquistar. Sua atmosfera humana me agrada muito. Tem um frescor e um encantamento pela simplicidade da vida que encanta. Um sim no olhar, sempre.
Aukiki. Achei melhor buscar no programa e acertar o jeito de escrever seu nome. É Analwik. Simples e encantadora para ser descrita com poucas palavras. Um charme próprio.
Rafael, acho ser esse seu nome. Desculpem-me se errei, foram muitas informações de uma só vez. Este, o Rafael, muito tranqüilo e atento as minhas necessidades, aliás, como todos, disposto a me deixar bem e confortável em qualquer situação.
Não posso esquecer do Serginho, com seu humor presente para aproximar todos através da simpatia do riso. Deu certo.
O encontro se estendeu depois do espetáculo. E que espetáculo!
No segundo momento Nara chegou para um abraço. Bom demais.
Mas não vou colocar agora minhas impressões sobre “O Capitão e a Sereia”. Não conseguiria. Estou encantado e cheio de reflexões extremas que me impedem a organização das palavras neste momento.
Queria apenas manifestar as impressões do primeiro encontro.
Esse Clowns me levaram para um mundo fascinante dentro de mim mesmo. Confuso isso ao levar em consideração que o ponto de partida desta navegação conheço tão bem. O livro.
Me senti feliz e transformador. Minha criação mexeu com essa embarcação. Agora tenho certeza. Foi o universo que programou este encontro e todos os Deuses abençoaram.
Foi um encontro rápido, muito rapido. Mas só desta, já prometi e quero ser presente. Infelizmente tive que voltar para meu canto e continuar os compromissos. Mas quem acompanha este blog pode ter certeza, apesar da distancia descobri que somos bem chegados uns aos outros.

André Neves

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Primeira semana

Estes primeiros dias aqui em São Paulo tem sido de muito trabalho, porém tranquilos. Considero que neste primeiro fim de semana de temporada, iniciamos bem. Um pouco irregular tecnicamente, mas que o decorrer da temporada provavelmente nos trará ajustes e ganhos técnicos.
Iniciamos a temporada com uma casa quase cheia e com amigos e familiares na platéia e finalizamos esta semana com apresença especial do autor do livro, André Neves. Que com sua simpatia e generosidade se encantou com o espetáculo. Obrigada André mais uma vez pela possibilidade de trabalharmos com a sua obra e que com certeza essa parceria deverá continuar.
Como ele disse ontem se despedindo no restaurante: parece que nos conhecemos a tempos, que já estou sentindo saudades do grupo.

O CAPITÃO E O SUSHI DE SEREIA








Minha presença nesse diário tem sido marcada pelo meu silêncio e ausência nesse período em que a cabeça esteve cheia (pra variar). Enquanto aguardo a fila do banho e após ter lido o JÁ POST que Fernando fez do tão especial dia que tivemos hoje, movido por tamanha excitação, não podia ficar de fora dessas primeiras horas de uma segunda-feira de folga.
Portanto segue algumas fotos desse encontro recém saído do forno, saboreado e ainda arrotando sushi.

Alegria

Fim de semana especialíssimo para finalizar a primeira semana de temporada. Ontem tivemos um bom público - um pouco menor do que a estreia, mas muito caloroso - e a melhor apresentação até agora, tanto dos Barracantes, quanto destas poucas apresentações que já tivemos. Os meninos jogaram muito, estavam extremamente precisos e vivos, foi super saboroso assistí-los. Além disso, quando o que temos é bem executado, posso começar a ver onde há problemas na encenação e na dramaturgia, e foi o que aconteceu. Enfim, lavamos a égua!

Já hoje, o trabalho começou às 15h, no aguardo pela chegada do André Neves, autor da obra que deu origem ao espetáculo, que não conhecíamos pessoalmente ainda. Durante o tempinho que ele demorou pra chegar no teatro - que não é de muito fácil acesso pra quem não é da região -, nos perguntávamos, de brincadeira, se o André não seria o Marinho, e nos deixaria a esperá-lo. No entanto, pouco depois ele chegou! Não deixamos ele entrar no teatro, ficamos conversando na área externa do SESI, para preservar o impacto de ver o cenário apenas na hora da apresentação. Após um início nervoso de conversa, claramente causado pela ansiedade de ambos os lados de se conhecerem, a conversa foi fluindo, e fomos nos identificando. Ele falou sobre sua vida, sobre o seu trabalho, sobre a época que trabalhou como ator, dos amigos de teatro pernambucanos em comum, e da criação d'O Capitão, momento bem especial. Praticamente todas as leituras que fizemos sobre a obra, até mesmo as mais subjetivas, eram muito próximas ao que ele pensou ao criar. Ele tinha ficado de nos trazer os originais, mas acabou não conseguindo. Então, prometeu enviá-las para Natal, para vermos e depois devolvermos, e mais ainda: vai nos dar um dos originais de presente! Relíquia que será recebida e cuidada com toda a preciosidade que merece!

As meninas desceram então para se maquiar, ficamos conversando mais um pouco, e em seguida os meninos também desceram. O André seguiu com seu amigo Sérgio para almoçarem, já que ele foi direto do aeroporto para o Vila Leopoldina, e nós descemos para arrumar as coisas. O SESI estava fazendo uma manutenção na rede elétrica do prédio, e ficamos sem energia desde as 17h até pouquíssimo antes de iniciar a apresentação. Isso acabou atrasando um pouco o início, e tornando as coisas um pouco mais tensas. No entanto, no fim tudo deu certo.

Com pouco mais de 20 pessoas, dentre elas a presença super especial do André, fizemos uma apresentação razoável, melhor do que a fraca performance da sexta, e inferior ao excelente trabalho de ontem. Este controle ainda é muito instável, impalpável, mas tenho a nítida impressão que, com o tempo, vamos conseguir amarrar muito bem o espetáculo, torná-lo redondinho e, principalmente, garantir um domínio sobre ele que nunca tivemos, por exemplo, no Muito Barulho.

Desde o início ele se mostrou muito ansioso e encantado com o espetáculo, foi bonito vê-lo assistindo ao nosso trabalho. Ao final, dedicamos a apresentação a ele, e ele falou poucas e belas palavras de agradecimento para nós e para o público.

Depois fomos ao Jardim Japonês, restaurante em Perdizes próximo à casa da minha avó que já está se tornando um local de encontros especiais para o grupos. Na temporada do TUSP, tivemos a companhia do Ernani e do Hugo Possolo nesse local. Agora, tivemos um jantar muito agradável com o André e seus amigos Sérgio e Nara.

A noite foi excelente pelo fato dele ter gostado, pela boa companhia, pela boa comida, pelo público que, mais uma vez, acolheu bem o espetáculo, mas pessoalmente chego agora em casa muito ansioso para escrever e compartilhar com vocês, que estão lendo esse relato, da minha extrema felicidade em perceber que hoje consolidamos mais um encontro, mais um parceiro do grupo, mais uma relação de generosidade e compartilhamento que já vem sendo construída há meses, mesmo sem a gente saber, e que hoje o encontro presencial torna palpável.

André, muito obrigado por tudo! Grande prazer em te conhecermos, viu? Primeiro de inúmeros encontros que estão por vir!

P.S: O André prometeu postar aqui no Diário do Capitão. Promessa registrada, viu?

domingo, 11 de outubro de 2009

Encontro

Foi muito alegre o dia de hoje. Desde o inicio do processo tínhamos uma ansiedade de conhecer o autor do livro O Capitão e a Sereia, que inspirou o espetáculo.

André Neves se mostrou melhor do que as minhas expectativas, ele foi muito generoso com o grupo e ainda por cima, partilhou conosco uma euforia com relação a peça. Eu mal consegui assistir a peça hoje, pois queria ver as reações de André, saber o que ele estava pensando e, após o espetáculo, nós trocamos perguntas, respostas, detalhes do livro... Uma das coisas que gostei foi perceber que o processo de criação dele, como autor e ilustrador, é parecido com o nosso, ele também “descartou páginas”!

Ele fez com que a minha admiração por ele, e por quem faz trabalhos com dedicação e pesquisa, só tenha aumentado.

E quem estava aqui compartilhando conosco desse encontro foi Analwik, namorada do Ronaldo, uma mocinha que sempre está muito pertinho do grupo, e de quem eu gosto muito.