quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
fim de mais uma etapa
domingo, 29 de novembro de 2009
Quase
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Mais uma!
Crítica no Estadão de hoje!
Grupo do Rio Grande do Norte encena a saga do sertanejo que sonha com sereia
No entanto, o procedimento adotado não ajuda propriamente ninguém. A magia das fábulas tem vida própria, e resistem a elucubrações metalinguísticas/ brechtianas para explicar o "fazer teatral" (expressão empolada que pegou como um cacoete na profissão). A arte espontânea já se define faz tempo como "vadiagem". Luiz Gonzaga cantou "oi nesse coco não vadeio mais/ apagaro o candeeiro e derramaro o gás (gai)". Então, não compliquemos.
Uma crise dentro de um grupo é um lugar-comum. Todo empreendimento coletivo inclui momentos difíceis, e é preciso motivo mais relevante para fazer deles outra obra. O polonês Tadeusz Kantor (1915- 1990) criou um teatro genial quando ele e o elenco viviam nos subterrâneos de Varsóvia ocupada por tropas nazistas. Parte da experiência está no seu O Teatro da Morte (edições Sesc/Perspectiva). O diretor Fernando Yamamoto teve razões ao escrever o programa, mas são argumentos passíveis de não ajudar o espectador despreocupado quanto ao denominado "embate dialético". Encenador cuidadoso, Fernando está preocupado com a continuidade do projeto dos Clowns, o que é louvável. Apenas se deseja lembrar o senso de leveza de criadores populares, como Ascenso Ferreira, Ariano Suassuna, sem esquecer naturalmente o padrinho "Will" Shakespeare. Sobrecarga teórica pode, eventualmente, dar curto-circuito na comunicação.
Se for intenção do grupo viajar além do dramaturgo inglês, o imaginário da região tem muito a oferecer. A Pedra do Reino, de Suassuna, já chegou ao palco, mas ainda não se pensou, por exemplo, na obra de Newton Navarro (1928-91), do mesmo Rio Grande do Norte, e no conjunto de romances A Trilogia da Maldição, do cearense José Alcides Pinto (1923- 2008). Não foi por acaso que este escritor maior foi definido uma certa vez como "um espetáculo permanente".
Mas, de volta ao folguedo, O Capitão e a Sereia e toda a sua gente chegam à cena tão saborosos quanto a carne de sol com manteiga de garrafa do tradicional restaurante Lira, de Natal. Há nele contagiante disponibilidade afetiva. De saída, chamam a atenção os figurinos de Wanda Scarbi, que traduzem a nobreza sertaneja exaltada pelo mesmo Suassuna e Antonio Nóbrega.
Do original, de André Neves, à adaptação cênica, os papéis masculinos predominam. Cesar Ferrário e Marco França são intérpretes e músicos calorosos e engraçados. Camille Carvalho e Renata Kaiser asseguram a simpática presença da ala feminina. Se o entrecho é mesmo masculino e falastrão, cabe às moças acertarem com graça, aqui e ali, um épico de feira, simples e divertido. Os Clowns de Shakespeare só têm, portanto, motivos para comemoração da sua década e meia de existência.
Serviço
O Capitão e a Sereia. 70 min. 14 anos. Sesi Vila Leopoldina (80 lug.). Rua Carlos Weber, 835, tel. 3833-1092. 5.ª e sáb., 20 h; 6.ª, 16 h e 20 h; dom., às 19 h. Grátis (retirar ingressos uma hora antes). Até 29/11
domingo, 15 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Frango à Passarinho com o Alemão
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Ufa!!!!!!
Crítica na Folha de hoje!
Peça reúne inventividade e tradição para vivificar teatro
Desempenho dos atores e direção precisa revelam beleza com recursos mínimos
Lenise Pinheiro/Folha Imagem |
LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA
A invenção é a mãe do mundo ou, pelo menos, é a grande geradora do melhor teatro. O espetáculo "O Capitão e a Sereia", que faz sua estreia nacional em São Paulo, é um dos mais inventivos da temporada.
A peça parte de um livro infantil e de referências da cultura popular nordestina para construir uma reflexão contundente sobre o fazer teatral contemporâneo, além de encher os olhos do público de exuberante beleza com um mínimo de recursos.
A Cia. Clowns de Shakespeare enfrentou, depois de trajetória de 15 anos atuando no Nordeste e do reconhecimento mais recente no Sudeste, uma crise de crescimento que se revelou benéfica.
Deixando de lado as abordagens, sempre vigorosas, da tradição shakesperiana, teve de se reciclar e optou pela versão de André Neves sobre como surgiu o Cavalo-Marinho, folguedo nordestino de grande impacto cênico.
Além da adaptação do livro ilustrado de André Neves, realizada pelo encenador Fernando Yamamoto e pelos atores, entrou na composição da dramaturgia um exame radical da situação do grupo e do atual momento em que vivem as trupes brasileiras.
A história de Marinho, o menino sertanejo que sonha com o mar e se imagina em aventuras marítimas, se torna a narrativa sobre a trupe Tropega Mas Não Escorrega, cujo líder, ao ver o mar de perto, desapareceu.
O mote serve bem a um jogo narrativo dos atores, que oscilam entre serem personagens da trupe ficcional ou narradores distanciados da tentativa daqueles de enganar o público, escondendo que seu capitão sumiu do mapa.
O que se narra é, então, ora a saga de uma trupe desnorteada, ora a reflexão fria sobre essa situação dramática que, durante o desenrolar do espetáculo, se escancara. A resultante, que converge para o desfecho da história original de Neves, ela própria síntese de um rico processo de formação cultural, é uma renovação dos procedimentos do teatro épico plena de frescor e inteligência.
Artistas completos
Esse êxito artístico está fundado fortemente no desempenho extraordinário dos quatro atuadores, as atrizes Camille Carvalho e Renata Kaiser e os atores César Ferrário e Marco França, este também responsável pela excelente direção musical da peça.
Artistas completos, eles cantam, tocam, dançam e atuam muito bem, o que torna possível desenvolver com sutileza e brilho o jogo de idas e vindas entre a ficção e a atualidade da cena.
Colaboram, também, decisivamente, no encantamento sem truques do espetáculo, a cenografia e os figurinos de Wanda Scarri. Com algumas lonas estendidas no centro da cena e adereços tão simples quanto maravilhosos, ela contextualiza com eficácia e brilho todas as tramas que se enredam.
Nesse conjunto de acertos, há que destacar a direção de Fernando Yamamoto, que se revela um encenador maduro e detalhista. Sua encenação é um exemplo inspirador de como a dramaturgia e a cena podem ser tecidas coletivamente com ganhos generalizados.
É um caso em que inventividade e tradição se aliam para vivificar o teatro.
O CAPITÃO E A SEREIA
Quando: qui. e sáb., às 20h; sex., às 16h e às 20h; dom., às 19h; até 29/11
Onde: Centro Cultural Sesi Vila Leopoldina (r. Carlos Weber, 835, tel. 3833-1092)
Quanto: entrada franca
Classificação: 14 anos
Avaliação: ótimo
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Eu fico todo arrepiado, por dentro!!
Podemos considerar, portanto, que o iluminador é um artista privilegiado, pois essa relação estabelecida com o olhar do outro sempre nos indica, e nos faz vivenciar novas formas de se ver e, por conseguinte, de se apaixonar por um espetáculo. Contudo, nosso espírito deve estar aberto e liberto de amarras que nos impeçam enxergar os caminhos apontados, algo que só a experiência aprimora ao longo dos anos.
Confesso que o espetáculo “O Capitão e a Sereia” é um espetáculo que não me arrebatou de início, e o pior, custava a enxergar os caminhos apontados pelos olhares dos integrantes do grupo. O silêncio foi à tática adotada em grande parte do processo criativo, fato que gerou um certo mal estar, a ponto de muitas vezes ser questionado pela minha ausência. Talvez, o efeito da saída de alguns dos integrantes do grupo tenha recaído sobre mim, que acompanho o Clowns de Shakespeare desde sua fundação, um ano depois do acontecido!
Cheguei o viver o dilema de não ser o profissional mais adequado para criar a luz do espetáculo, mas a angústia de decepcionar o grupo em um momento tão delicado de sua existência era ainda maior ainda. O que fazer? Agarrei-me firmemente naquilo que o processo me mostrava, não propunha muitas idéias, mas tentava, na medida do possível, fazer uma síntese daquilo que os ensaios de criação tão sublimemente me apontavam, afinal processos ricos são pratos cheios para qualquer criador cênico. Estava tudo lá, apenas precisava organizar o material levantado nas cenas improvisadas e dar uma unidade que correspondesse à totalidade da obra cênica.
Com o tempo, o tão almejado o olhar do outro foi me contaminando e o caminho finalmente materializou-se aos meus olhos, começava, já perto da estréia, a ter o mesmo entusiasmo de antes, pois estava apaixonado pelo espetáculo e pleno de novo! Nem mesmo a altura do teatro me fez “esmorecer” (olha aí Marco, aprendi com você, rsrsrsrs), é bem verdade que fiz um certo dramazinho (mania que um dia hei de conseguir solucionar), mas isso não faz mal a ninguém, afinal não seria eu, não é mesmo meninos?
O resultado da iluminação cênica, de certa forma, correspondeu a todos os experimentos realizados no Barracão Clowns, logicamente com uma maior sofisticação, já que os equipamentos que encontramos no Sesi Vila Leopoldina eram mais numerosos e de melhor qualidade que aqueles que dispomos durante o processo criativo. Hoje, reconheço que a obra “O Capitão e Sereia” é a mais madura que o grupo Clowns de Shakespeare já fizera, e de que a luz do espetáculo conseguiu ficar a altura de tão digno espetáculo, fazendo-me até mesmo ficar, como diria o grande filósofo Curió, “TODO ARREPIADO, POR DENTRO!”.
domingo, 1 de novembro de 2009
UM ESPETÁCULO 3 EM 1
Este é o espetáculo que eu vi, mas ele pode ser outro, ou outros. Isso porque a encenação é de uma riqueza de imagens poética que torna possível fazer outras viagens.
Parabéns companheiros e, depois dessa aventura, amigos. Vocês estão com uma bela pedra preciosa nas mãos. Estou orgulhoso de ter dado algumas remadas neste cruzeiro de luxo que virou este espetáculo. Vida Longa ao Capitão!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Semana especial
Finalmente voltei a postar/comentar no blog, estava com saudades desse espaço de diálogo. Essa semana que passou foi muito especial para mim em vários sentidos. Comecei a ensaiar um esquete como atriz, e estava ansiosa para voltar a atuar; na quinta feira foi meu aniversário, e apesar de eu estar longe da minha família e ficar saudosa nesse dia, tenho me sentido cada vez mais em casa com essa família Clowns, obrigada a todos da equipe; André Neves veio novamente nos visitar, presentear, amigos queridos vieram assistir a peça, bom demais! E a crítica?! A crítica é de uma estrela, ora!
Não assisti o Capitão e a Sereia no domingo, pois fui assistir o novo espetáculo do grupo Galpão, e adorei, é muito bonito ver um grupo grande em cena, eles têm muita força cênica juntos, um trabalho muito bonito. Encantador. Ao mesmo tempo, tava louca pra saber como estava sendo a apresentação do Capitão, a única até agora que não assisti. E além do mais, por causa do tempo, acabei não dando um “até logo” pro André e para o João, figurinhas queridas.
Falando em André... Que bom que pode vir novamente! Ver as ilustrações originais do livro O Capitão e a Sereia e os outros livros que trouxe, me deixou muito emocionada. São trabalhos lindos, e depois de ler todos os livros, já fiquei ansiosa para fazer um trabalho de contação com as suas histórias. Eu recomendo totalmente, gostei muito! André e seus livros são “linduras”! Até logo!Terceiras impressões
Se foi através do meu livro que o grupo conseguiu entrar no terreno do lirismo imagético sem se opor as sensações que estão no limite do “entender”. Bravo. Conseguiram aquilo que mais admiro. Transcender a técnica em busca de algo que na literatura é maior e mais honesto. O imaginário. Penso que isto também vale para o teatro, levando em consideração que no espaço cênico ainda existe uma vasta gama de sensações para estimular platéia. No teatro do Capitão o movimento transcorre, ou melhor, escorre para um mar que mistura humor e melancólia só para potencializar o sentir.
Acredito que os leitores não retornam ao mesmo livro por dúvidas, mas sim, por prazer. Neste sentido, consigo explicar para mim mesmo a presença de rostos já conhecidos retornando ao espetáculo. E não são poucos.
Fernando, se isso for verdade não é clownrofobia, mas um provável início de Clowsmania. Será?
A imaginação é ampla para se envolver no mar enfeitiçado pelo canto da sereia. Maior ainda é o desafio de resistir aos seus encantos e voltar com tantas histórias além mar. VIVA! Quando isso acontece na literatura adquirimos mais um leitor. As palavras despertam a criatividade e se há intertextualidade no texto isso pode extrapolar o livro para ir adiante. Assim como a metalinguagem pode de uma forma mais mágica construir outros caminhos para o imaginário.
Assisti apenas três apresentações e pude constatar que a platéia segura firme no olhar dos atores. Espelhos de almas criativas abertos para quem tem coragem de encarar o destino sem expectativas. Ninguém fica a deriva porque se torna fácil mergulhar na cenografia e pular de ilha em ilha. É se vestir com o figurino rico em detalhes e sonhar. É deixar os olhos abertos para brilhar numa iluminação precisa que mesmo quando não se faz presente é uma tênue claridade vertida sobre a musicalidade que envolve a platéia. Musicalidade que encanta.
Por isso, quem procura VER buscando entender não sabe OLHAR. Olhar também é sentir.
sábado, 24 de outubro de 2009
Botafogo
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Segundas impressões
Ao assistir o espetaculo com entusiasmo mas sem expectativas do que iria encontrar, descobri algo novo que ainda não sei explicar. Eu estava de mente aberta, limpo, entregue ao momento. E vi, com meus próprios olhos, coisas que me esqueci de escrever e ilustrar, mas eram partes importantes do meu livro. Uma criação que estava dentro do meu imaginário e que só a sensibilidade de outros artistas pode tocar.
Bem no início, lá atrás. A história de “O Capitão e a Sereia” minou em mim com força total. Era um olho d’água aberto escorrendo para encher um mar em minha cabeça. Só não percebi, mais uma vez, que minha criação poderia extrapolar a função comunicativa do contar e romper o imaginário do leitor para ganhar força física e se materializar no fazer teatral.
Repletos de criatividade.
Sim, os atores leitores tomaram o livro para si e foram até as profundezas de um mar sem fim. Lá estavam todos os personagens escondidos, todas as cores camufladas, todos os sons abafados pelo passar desatento das paginas que nós, leitores comuns, às vezes esquecemos de escutar.
Mas não me senti naufrago. Ao ouvir minhas palavras na boca de quem sabe pronunciá-las tão bem, me reconheci. Meus olhos boiaram por diversas vezes. Arrepiei-me. Mas calafrios no calor pode ser brisa na praia. Não era miragem. Eu estava em terra firme acreditando em tudo que via.
Não tenho muita propriedade para falar sobre o fazer teatral. Mas sei sentir.
Quero dizer mais sobre essa experiência. Só preciso refantasiar minhas idéias e destrinchar esses caminhos entre os sentimentos que insisto em procurar no meu trabalho e o brilho que o livro encontra em cada olhar.
Afinal, um livro aberto pode muito mais.
André Neves. Publicado também no blog Confabulando imagens.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Curtinhas
sábado, 17 de outubro de 2009
Boca a boca
Casa cheia novamente, que maravilha! Parece que o boca a boca de quem veio e gostou está funcionando, e olha que hoje foi dia de chuva. Muita chuva. Tivemos gente de todas as idades na plateia, e pessoas que já tinham assistido e voltaram trazendo outras pessoas.
Cada dia de espetáculo temos acontecimentos diferentes, alguns bons, outros nem tanto. A entrada do público foi um pouco conturbada, muita gente com pressa de entrar no teatro, a saia de Rê prendeu em um ganchinho do cenário, uma luz azul acendeu “sem querer” na hora das páginas amarelas, um garotinho ficou muito próximo a passagem dos atores, no momento do blackout algumas crianças ficaram com medo do escuro, e uma coisa que foi bem estranha foi o público bater palma durante a execução do tema... Bom, essas coisas acontecem, e já fez com que pensássemos em soluções, e também nada disso fez com que o espetáculo não fosse bom, pelo contrário, dá pra perceber no público, que eles têm gostado bastante.sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Muito lokoooo
Após três dias de “folga”, voltamos ao teatro do Sesi ontem. Montagem do cenário, da luz, arrumação do camarim, César tocando sanfona, aquecimento vocal, tili e eu treinando manipulação, preparações para a apresentação de quinta-feira.
Eu assisti boa parte da apresentação de ontem ao lado de Rô e Rafa, na cabine dos “R”. Não é um bom local para ver a peça, mas deu para sentir que hoje foi bem melhor do que a apresentação de domingo, e não sei se era porque eu estava mais longe, mas as cenas me pareceram mais longas do que o normal.
E pra compensar a 21 pessoas que tivemos na plateia na quinta, que apesar de poucas foram muito receptivas, hoje vieram dois grupos grandes. Na sessão da 16h, um grupo da escola de Sesi, e outras pessoas, estiveram presentes. A apresentação foi muito boa, pois os atores estavam mais vivos em cena, e na cena dos pescadores, parece que a cada dia, eles “afinam” mais suas improvisações e seu jogo com o público. Se às vezes o espetáculo me parece frio, apenas “legal”, fico muito contente quando os meninos jogam com o espetáculo, curtem em cena, mesmo sem muita plateia, pois isso dá valor a potência que O Capitão e a Sereia tem. A sessão das 20h foi tão boa quanto a primeira, e teve casa cheia pela primeira vez, 80 pessoas! E olha que nossas apostas não ultrapassaram 47.
Tivemos e temos momentos muito bons no espetáculo, porém na hora do blackout, por termos um público jovem como espectadores, foi difícil segurar a onda de “brincadeiras” entre eles, embora alguns tentassem e pedissem silêncio aos outros. Outra coisa boa que já vem acontecendo a algum tempo é que, se em alguns momentos do processo, havia desigualdade de jogo na atuação dos atores, a cada dia, isso fica mais distante, os quatro estão muito bem em cena, e com essa temporada, acredito que só têm a crescer.
Ah! Pra encerrar o post de hoje, achei muito fofo uma frase que ouvi na sessão das 16h, de um dos alunos do Sesi, ao sair do teatro ele comentava com o colega ao lado: “ Muito lokooo, até eu me inspirei pra fazer teatro”!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Havia um olhar sobre meu livro que desconhecia. Por medo, receio, vergonha ou sei lá o que, me mantive calado por muito tempo.
É CHEGADA A HORA.
Domingo mergulhei lá no SESI Leopoldina para assistir “O Capitão e a Sereia”. Um encontro com o grupo estava agendado, um momento quase acidental diante tantos compromissos. Mas era imprescindível e necessário nos reconhecermos como artistas.
Ao chegar os olhares surpresos e desconfiados foram umedecendo. O mar que nos separava agora era pequeno, tal qual o aquário na cabeça de Marinho cheio de pensamentos. Na superfície estavam os sinceros entusiastas navegadores da barcaça "Tropega, Mas Não Escorrega".
Eu, peixe perdido num mar com 15 anos de histórias boas de ouvir fui pescado desafiando as expectativas dos meus pescadores. Se quiserem saber como foi, vou tentar:
Fernando com seus olhos serrados e pequenos me mirou com serenidade, parecia investigar a minha chegada. Sim, eu sabia, ainda estava sendo objeto de estudo e ele, com experiência, segurava e conduzia os outros olhares tentando organizar as idéias do grupo. Essa é sua marca autentica. Um diretor de intensidade jovem e de irremediável vocação.
Marco manteve durante todo tempo os olhos expressivos, fixos, atentos e repletos de cumplicidade. Carisma conquistado de imediato por sua intensidade e pelo universo visual. O mesmo que desperta em mim tamanha atenção.
César tinha um ar misterioso próprio dos grandes prosadores, quando se sentiu confortável soltou uma fiada de palavras. Jeito de contador de histórias, sabe. Com aquela voz otimista, compassivo de visão para conquistar novas amizades.
Renata, de imediato pareceu-me tensa. Mas tinha por trás um jeitinho simples de esconder que é expansiva e forte. Havia de inicio quase uma vergonha por se mostrar presente. Mas logo passou. Mal sabe ela que aprendi olhar o que há de melhor sedutor no ser humano.
Se os outros são debutantes, Camille humildemente se declara um bebê. Porém, aos meus olhos, revelou conhecer por instinto o terreno em que pisava. Alma gêmea nata dos companheiros que faziam aniversário e sabiam conquistar.
Só isso? Não. Tem muito mais.
Ronaldo estava com vontade de compartilhar. Meio sem jeito foi soltando suas curiosidades com um sorriso sempre presente. Manteve desde o inicio do encontro esse espírito aceso próprio de quem sabe iluminar.
Aliás, acesos estavam os olhos de Cuca. Apesar da distancia fisica, manteve os olhos focados nos melhores momentos que se estabeleciam entre todos nós. Falamos pouco, mas era preciso enredar visualmente nosso encontro.
Paula foi imediata para mim, entregue. Nem precisou falar muito para conquistar. Sua atmosfera humana me agrada muito. Tem um frescor e um encantamento pela simplicidade da vida que encanta. Um sim no olhar, sempre.
Aukiki. Achei melhor buscar no programa e acertar o jeito de escrever seu nome. É Analwik. Simples e encantadora para ser descrita com poucas palavras. Um charme próprio.
Rafael, acho ser esse seu nome. Desculpem-me se errei, foram muitas informações de uma só vez. Este, o Rafael, muito tranqüilo e atento as minhas necessidades, aliás, como todos, disposto a me deixar bem e confortável em qualquer situação.
Não posso esquecer do Serginho, com seu humor presente para aproximar todos através da simpatia do riso. Deu certo.
O encontro se estendeu depois do espetáculo. E que espetáculo!
No segundo momento Nara chegou para um abraço. Bom demais.
Mas não vou colocar agora minhas impressões sobre “O Capitão e a Sereia”. Não conseguiria. Estou encantado e cheio de reflexões extremas que me impedem a organização das palavras neste momento.
Queria apenas manifestar as impressões do primeiro encontro.
Esse Clowns me levaram para um mundo fascinante dentro de mim mesmo. Confuso isso ao levar em consideração que o ponto de partida desta navegação conheço tão bem. O livro.
Me senti feliz e transformador. Minha criação mexeu com essa embarcação. Agora tenho certeza. Foi o universo que programou este encontro e todos os Deuses abençoaram.
Foi um encontro rápido, muito rapido. Mas só desta, já prometi e quero ser presente. Infelizmente tive que voltar para meu canto e continuar os compromissos. Mas quem acompanha este blog pode ter certeza, apesar da distancia descobri que somos bem chegados uns aos outros.
André Neves
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Primeira semana
Iniciamos a temporada com uma casa quase cheia e com amigos e familiares na platéia e finalizamos esta semana com apresença especial do autor do livro, André Neves. Que com sua simpatia e generosidade se encantou com o espetáculo. Obrigada André mais uma vez pela possibilidade de trabalharmos com a sua obra e que com certeza essa parceria deverá continuar.
Como ele disse ontem se despedindo no restaurante: parece que nos conhecemos a tempos, que já estou sentindo saudades do grupo.
O CAPITÃO E O SUSHI DE SEREIA
Alegria
domingo, 11 de outubro de 2009
Encontro
Foi muito alegre o dia de hoje. Desde o inicio do processo tínhamos uma ansiedade de conhecer o autor do livro O Capitão e a Sereia, que inspirou o espetáculo.
André Neves se mostrou melhor do que as minhas expectativas, ele foi muito generoso com o grupo e ainda por cima, partilhou conosco uma euforia com relação a peça. Eu mal consegui assistir a peça hoje, pois queria ver as reações de André, saber o que ele estava pensando e, após o espetáculo, nós trocamos perguntas, respostas, detalhes do livro... Uma das coisas que gostei foi perceber que o processo de criação dele, como autor e ilustrador, é parecido com o nosso, ele também “descartou páginas”!
Ele fez com que a minha admiração por ele, e por quem faz trabalhos com dedicação e pesquisa, só tenha aumentado.sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Dia de altos e baixos...
Nós no blog Cacilda
No Estadão de hoje
Boa história que se leva para casa
Trupe Clowns de Shakespeare, de Natal, mostra na cidade seu ‘desespetáculo’
Beth Néspoli
Com sede em Natal, essa companhia que acaba de completar 15 anos de estrada e cujo reconhecimento há muito já ultrapassou as fronteiras de seu Estado - inicia temporada hoje de O Capitão e a Sereia no Sesi Vila Leopoldina. “É a primeira vez que estreamos fora de Natal”, diz Fernando Yamamoto, o diretor da trupe, numa conversa após um ensaio acompanhado pelo Estado. ‘Estreia’ em Sampa é mesmo novidade - o projeto de montagem foi selecionado por edital -, mas não a presença do grupo. Em 2005, essa trupe ocupou o ‘nobre’ Teatro Anchieta, com uma temporada de Muito Barulho por Nada e, dois anos depois, fez residência artística no Tusp com três peças de seu repertório. “No Estado de São Paulo esta é a décima vez que apresentamos nosso trabalho”, diz Yamamoto, referindo-se a outras passagens, como pelo Festival Internacional de São José do Rio Preto.
No palco os atores, Renata Kaiser, César Ferrario, Marco França e Camille Carvalho tocam vários instrumentos musicais. Atuam sobre um tapete-mapa de formato ovalado que se transmuta de sertão a mar. A dramaturgia teve como ponto de partida o livro infantil escrito e ilustrado por André Neves, O Capitão e a Sereia (Scipione). A fábula original gira em torno do Capitão Marinho, um sertanejo apaixonado pelo mar que faz disso tema das narrativas de sua trupe teatral mambembe. Porém um dia, ao escutar o som de uma concha, ele decide partir em busca do oceano. É uma saga do herói, que supera desafios e ganha em troca um aprendizado profundo. Depois de mergulhar com uma sereia ele volta ao sertão.
Mas nessa fábula, a trupe do Capitão Marinho só aparece no comecinho. Esse abandono interessou em especial ao grupo que fez dele o cerne de sua criação que chama ‘desespetáculo’. E não por acaso. Num país de políticas culturais deficientes, é bem conhecido o problema da diáspora nos coletivos teatrais. “Éramos sete e, subitamente, três atores foram embora.” A vivência que quase desestruturou o grupo se tornou poética de cena. No palco, eles se transmutam na trupe Escorrega, mas não Tropega, que é obrigada a ser virar para contar sua história sem o ator protagonista, o Capitão Marinho, que partiu em busca do mar. Mote perfeito para o grupo, com o rigor que lhe é peculiar, exercitar múltiplas linguagens. “É a nossa criação mais experimental, do espaço à dramaturgia”, diz Yamamoto.
Publicado originalmente em: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,boa-historia-que-se-leva-para-casa,448417,0.htm
Na Folha de São Paulo de hoje
Peça de grupo de Natal traz o mar para o sertão
Lirismo, humor e música marcam estreia em SP
JOSÉ ORENSTEIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma trupe de clowns, com suas histórias e instrumentos a tiracolo, invade a cidade. Ela vem de Natal, no Rio Grande do Norte, e, ao pisar a cena, converte-se em trupe mambembe, que revive o sertão e o mar.
Mesmo que de fato não haja mar nem sertão no teatro do Sesi, no bairro da Vila Leopoldina em São Paulo. As duas trupes em questão são os Clowns de Shakespeare, grupo potiguar que comemora 15 anos de produção teatral cada vez mais reconhecida Brasil afora, e a Tropega, Mas Não Escorrega, que na história de "O Capitão e a Sereia" é abandonada pelo capitão Marinho, sertanejo que sonhava com o mar, mesmo sem nunca tê-lo visto.
É essa história de Marinho, contada em livro pelo escritor pernambucano André Neves, que serve de ponto de partida para que a trupe de atores de Natal invente o seu teatro, falando não do capitão, que partiu para finalmente conhecer o mar, mas do grupo que ficou.
O espetáculo de "O Capitão e a Sereia" se desenvolve então à espera de Marinho, o protagonista ausente. Ora Clowns de Shakespeare -grupo real-, ora Tropega, Mas Não Escorrega -grupo fictício-, os quatro atores em cena alternam o comentário distanciado, brechtiano, com histórias sobre o universo marinho.
Se as anedotas do mar emergem nas músicas, objetos de cena e fala dos atores, com referências que vão da cultura popular a "O Velho e o Mar", de Hemingway, também a discussão sobre o fazer do teatro de grupo transborda a toda hora. "São tantos os grupos que se perdem, em que alguém ouve o canto da sereia da TV e da publicidade e se vai. Queremos falar daqueles que ficam", diz o diretor Fernando Yamamoto.
Com a estreia dessa nova peça em São Paulo, os Clowns de Shakespeare reafirmam sua trajetória: "Temos a precariedade quase como condição, ainda mais pelo fato de sermos do Nordeste. Mas não buscamos a estética do chão rachado, do chapéu de couro -brincamos com isso", conta Yamamoto.
O CAPITÃO E A SEREIA
Quando: estreia hoje; qui. e sáb., às 20h; sex. às 16h e 20h, dom. às 19h
Onde: Centro Cultural Sesi Vila Leopoldina (r. Carlos Weber, 835; tel. 0/xx/ 11/3833-1092); até 29/11
Quanto: entrada franca
Classificação: 14 anos
Na revista Bravo! de outubro
No Diário de Natal de hoje
Edição de sexta-feira, 9 de outubro de 2009
O livro que conta a história de Marinho, um sertanejo que nasceu e cresceu ouvindo histórias e canções sobre o mar, o que acabou gerando uma grande paixão pelo tema. Marinho então desenvolve uma exímia habilidade de contar histórias sobre o mar, e logo forma uma trupe de mambembes que sai pelo alto sertão a encantar as pessoas ao contar suas histórias marítimas. Certo dia, Marinho se cansa desta vida e abandona a trupe para finalmente conhecer o mar.
Na obra dos Clowns de Shakespeare, com dramaturgia assinada por Fernando Yamamoto e o grupo, o foco da narrativa é diferente: ao invés de contar a história do herói que parte em busca do seu sonho e da sua trajetória pessoal, o grupo conta a história da trupe que ficou. Através da espera pelo retorno do Capitão Marinho, a trupe constrói seu espetáculo, ou "desespetáculo", já que o espetáculo supostamente não acontece, pela ausência do protagonista da trupe.
A luta dos mambembes em fazer com que o público não perceba a situação delicada que eles estão vivendo é o fio condutor do espetáculo, mediado por um outro plano narrativo em que o grupo - os Clowns de Shakespeare, e não a trupe, batizada de Tropega, Mas Não Escorrega - comenta a situação dos seus personagens e estabelece um diálogo com a obra literária original.
O espetáculo tem a direção de Fernando Yamamoto, um dos fundadores do grupo, e conta no elenco com todos os atores dos Clowns: Camille Carvalho, César Ferrario, Marco França e Renata Kaiser.
O uso de uma pesquisa musical cuidadosa, característica marcante da estética do grupo, continua sendo uma tônica, conduzida pela direção musical de Marco França. Neste processo, porém,o trabalho musical contou com uma colaboração preciosa do pernambucano Helder Vasconcelos, ex-integrante do grupo Mestre Ambrósio, pesquisador de Cavalo-Marinho - manifestação tradicional que serviu de inspiração para o autor André Neves -, que assina a preparação corporal, num trabalho que foi ampliado para muito além do corpo, atingindo a música e a encenação do espetáculo.
Em Natal
O formato do processo de montagem também merece um destaque especial.Trabalhando desde o início de junho, o grupo tem realizado ensaios abertos todos os sábados no seu espaço, o Barracão Clowns. O evento foi batizado deBarracantes, e o público tem tido a oportunidade de acompanhar todo o material criado, desde os primeiros esboços da primeira semana de trabalho.
Os Barracantes sempre são finalizados por um bate-papo entre público e grupo. Este procedimento trouxe ao grupo a possibilidade de experimentar soluções, perceber como o pensamento que o espetáculo traz estava sendo refletido ou não na cena.
Vários interessados acabaramacompanhando todo o processo, semana a semana, e conhecendo mais proximamente como são realizados os procedimento criativos do grupo. Outra preocupação do grupo neste trabalho é o registro de cada etapa do processo. Além do registro em vídeo realizado pelo próprio grupo - que deve resultar em um documentário a ser lançado em 2010 -, os fotógrafos Maurício Rêgo e Pablo Pinheiro, parceiros do grupo há vários anos, têm registrado todas as atividades da montagem, chegando próximo a 5.000 cliques do processo.
O grupo também criou um blog (www.clowns.com.br/odiariodocapitao), atualizado diariamente durante todo o processo, com relatos, análises e depoimentos de todos os integrantes da equipe, no qual se pode acompanhar sob diferentes prismas as nuances desta montagem.
Clowns de Shakespeare e São Paulo
Contemplado pelo edital de montagens inéditas do SESI São Paulo, esta montagem e temporada de estreia consolida uma relação de extrema intimidade entre o grupo e a capital paulistana. Esta temporada será a décima passagem dos Clowns de Shakespeare pelo estado de São Paulo, sendo a terceira temporada na capital (as outras duas foram do espetáculo Muito Barulho por Quase Nada, no teatro SESC Anchieta, em 2005, e a temporada de repertório no TUSP, em 2007, que rendeu dois prêmios APCA e dois FEMSA/Coca-Cola ao grupo, pelo espetáculo Fábulas).
Dentre estas nove passagens por São Paulo, algumas ocupam um espaço de muita importância na história do grupo, como as duas temporada já citadas, a primeira edição da Mostra Latino-Americana da Cooperativa Paulista de Teatro e duas edições do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto.
Para os integrantes do grupo, esta temporada tem um sabor especial para os Clowns, já que pela primeira vez irá estrear um espetáculo longe de Natal, que só receberá O Capitão e a Sereia no final do primeiro semestre de 2010.
Na Tribuna do Norte de hoje
A peça foi montada durante o projeto Barracantes, desenvolvido pelo grupo com o apoio do Banco do Nordeste. Foram meses de criação e experiências junto ao público que comparecia na sede do projeto para acompanhar o processo de criação do grupo.
A peça é baseada no livro homônimo do escritor André Neves, finalista do prêmio Jabuti de 2008. No livro, Marinho – personagem principal da história – tem uma trupe de mambembes que roda o interior apresentando espetáculos. Um belo dia, ele abandona o grupo e decide conhecer o mar.
A peça do grupo potiguar parte do ponto de vista do grupo que ficou e das dificuldades que eles têm em montar um espetáculo, sem o seu líder. Um toque de metalinguística. O espetáculo é dirigido por Fernando Yamamoto e tem como atores: Camille Carvalho, César Ferrario, Marco França e Renata Kaiser.
Essa é a primeira vez que o grupo estreia fora de Natal. Ela ficará em cartaz em São Paulo até o dia 29 de novembro e deve estrear em terras potiguares no segundo semestre de 2010.
Prêmios
O Clowns de Shakespeare ganhou em 2007 o prêmio APCA de teatro, pela montagem de um espetáculo infantil. Ontem foi divulgado que a montagem do espetáculo A Caravana de Ricardo III foi um dos selecionados no edital Myriam Muniz de Teatro.
Além do Clowns, a Casa da Ribeira com “Cena Aberta para Escola” e a Cia Máscara de Teatro ganharam o prêmio, que vai financiar atividades com valores entre R$ 40 mil e R$ 150 mil.
Nasceu!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Estreia de todos
Flores, amigos, chocolates, ligações, bilhetes, energia boa da família, muita merda... tudo isso fez parte do dia de hoje.
Pois é, finalmente chegamos ao dia 8, o tal dia da estreia, tão esperado! Foi um dia muito especial, no inicio os atores fizeram um ensaio rapidinho da cena azul, em que Fernando fez ajustes, principalmente na cena de manipulação das meninas, e depois os meninos treinaram a cena do blackout, tocando o tema, que saiu bem melhor do que os últimos ensaios, pois ultimamente Tili vinha tendo dificuldades de tocar o metalofone no escuro, e César algumas vezes também errava na sanfona.
Quem apareceu no teatro, cheia de energia boa foi Adelvane. Ela foi convidada pelo César para ir a estreia, e “mentiu” por e-mail dizendo para ele que não ia, de um modo bem frio, só quem sabia que ela ia e estava brincando era eu e Fernando. Daí, no meio da tarde, ela chegou, fazendo uma surpresa boa para os meninos.
Antes de iniciar a peça, nós fizemos um rodinha, e Adê, toda lindinha como sempre, deu um presente para cada um, cheio de significados. Ela embrulhou em papéis pequenos que fizeram parte do figurino usado por Simioni em O Sopro, que é criação dela, objetos pessoais dela, e nos deu. Só tu mesmo, Adê! Obrigada.
E já que estou falando em presentes, cada ligação, cada energia boa que mandaram, cada pensamento mesmo de longe, cada comentário, tudo isso foi muito precioso para o grupo. As flores de Mona, as “flores azuis virtuais” de Ernani, as flores do Sesi,... Valeu!
Bom, já que Fernando falou também sobre esse dia, quero apenas relatar que a apresentação de hoje foi muito linda e que fico muito feliz de estar participando de um processo tão significante para a história do grupo, e para oMERDAAAA!!!!
Ai, ai, ai... putz! quase... eita piula!!! ESTRÉIAAAA!!!
Agora mesmo estava olhando para o quadro e lembrando de tantos momentos do processo do Capitão e a Sereia, desde os mais marcantes até os mais simplistas, os experimentos, os convidados que circularam pelo Barracão, as amizades que formamos durante a nossa rotina, o trabalho com o Rafael (um cara gente boa demais), o Cuca (pow Arlindo, brigadão pelo café!), a Paulinha (comia mais que escrevia, adorava assaltar a geladeira), o César (que todo dia me pedia uma impressão reformulada do texto), a Gabi (menina doce e competente), o Ronaldo (Arliiiiindo Siqueira), a Renata (atriz mais que disciplinada e competente), o Marco (que não parava quieto nenhum dia e parece que o processo tava dentro dele e a coisa ia explodir, ele interagia de uma forma que eu achava fantástico com a criação da cenografia e figurino), a Camille (menina forte, guerreira, parceirona), e o Fernando (que com tanta serenidade, criatividade e paciência soube conduzir o processo, confesso, tinha horas que me dava uma angústia e medo de não dar tempo), sem esquecer claro de tantos outros que completaram essa equipe, mas foram momentos realmente inesquecíveis, como no dia em que Marco ficou tentando nos fazer rir (eu, Rafa, Cuca e Ronaldo) enquanto Fernando nos fotografava, ou até mesmo naquele dia em que levei um belo: Fala grosso b.... kkkkkk!!!
Foi muito gratificante trabalhar nesse processo, desde os primeiros dias em que ao chegar para a entrevista do estágio no dia 09 de abril de 2009 quando tive contato com o livro "O Capitão e a Sereia", até o final na limpeza dos cacos. Ficou a nostalgia, e principalmente a energia.
Por isso, eu e Marim, também estamos com um friozinho na barriga...
E desejamos de longe muita merdaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!
São muitas emoções...
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
As vésperas
No último dia antes da estreia, montamos o cenário novamente. O pórtico ainda tem sido um problema na montagem, pois ele não fica muito fixo, os meninos ajustaram novamente a “vela” da cena dos peixinhos, e o cenário, tá muito lindinho no espaço do SESI.
Os meninos começaram a aprender a fazer a maquiagem e os cabelos das suas personagens. Mona fez metade do rosto deles, e eles fizeram a outra metade. É muito legal o jeito com a Mona ensina, ela dá dicas legais de como manusear pincéis, passar esponjas, o que fazer antes e o depois das maquiagens, muito legal. Ah! E eles também fizeram compras para a composição da maquiagem. As meninas ganharam cílios postiços, o que causou uma estranheza muito legal na maquiagem delas, e Renata ganhou um longo rabo de cavalo, que eu acho que acrescentou bastante na sua espanhola falsificada.
No mais, os meninos fizeram um ensaio geral, que Fernando foi parando e propondo ajustes. Ele pediu que Rê acrescentasse algumas palavras na cena do Urashimarinho, para justificar os momentos em que ela conta a história, pediu que César contasse mais para o público e não para os atores, falou da utilização do chão pelos meninos, que eles buscassem mais isso na cena azul, trabalhou a cena da manipulação propondo marcas, e Marco propôs diminuir o tempo do vocalize.
No final, nós conversamos, e Fernando pediu que os meninos se esforçassem mais para deixar o espetáculo redondo, trabalhassem mais em casa, para depois que passar essa primeira semana eles ficarem mais tranquilos, e curtir mais dessa cidade grande.
Ah! Quem esteve também no teatro foi o produtor Pedro, uma figura muito legal, que assistiu um pouquinho do ensaio, e que está dando uma força para o grupo aqui em São Paulo, e que no fim, pois saímos tarde do teatro, ele ainda deu carona para os meninos...